Mochilas muito pesadas oferecem riscos à saúde
Especialista alerta para as consequências do excesso de peso e dá dicas para minimizar problemas
Especialista alerta para as consequências do excesso de peso e dá dicas para minimizar problemas
Com o início do ano letivo, as crianças voltam à rotina escolar e o peso volta para as costas das crianças. Especialistas alertam para os perigos que o mau uso das bolsas pode trazer aos estudantes. As consequências podem ser permanentes, mas há maneiras de evitar ou reduzir o impacto do peso na coluna dos adolescentes.
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que aborda esta questão do excesso de peso nas mochilas. A ideia da futura lei, que já foi aprovada pelo Senado, é obrigar os educandários a instalar armários para que os alunos não tenham que carregar tanto peso nas costas. A Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica (SBOP) endossa a matéria.
A fisioterapeuta Alexsandra Marinho Dias, que também é professora na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), afirma que o ideal é que a mochila não pese mais que 5% do peso das crianças com até dez anos e 10% das com mais de dez anos. “O excesso pode causar problemas no desenvolvimento da estrutura da coluna”, explica. As consequências podem ir mais longe e, em alguns casos, é preciso de sessões de fisioterapia para que o adolescente minimize as dores nas costas.
E não é apenas do peso exagerado que traz riscos à saúde dos estudantes. Usar a mochila com uma tira atravessa ou só de um lado também é prejudicial. Carrega a bolsa em um só ombro faz com que o tronco fique torto e pode resultar em escoliose, desvio lateral da coluna. A recomendação da fisioterapeuta é sempre usar modelos com duas tiras mais largas, pois distribuem melhor a carga.
Mochila ideal
Alternativa encontrada por muitos pais, a mochila de rodinha (que é puxada) não é garantia de bem estar para a criança, afirma Alexsandra. “Quando ela carrega está com o tronco virado, também está fazendo um desvio porque tem que girar o corpo”, explica.
O ideal, sustentam a SBOP e a fisioterapeuta, seria que as escolas tivessem armários para os alunos deixarem os materiais. “A mochila deve ter o mínimo possível de materiais”, diz Alexsandra. Ela destaca que muitas crianças, principalmente meninas, tendem a carregar mais do que o necessário na mochila, o que deve ser fiscalizado pelos pais.
Dicas da Sociedade de Ortopedia Pediátrica
Tiras largas e acolchoadas: tiras estreitas causam compressão nos ombros, podendo causar dor e restringir a circulação;
Possuir duas tiras para os ombros: mochilas com tira única para o ombro não distribuem o peso uniformemente;
Acolchoamento posterior: um forro acolchoado e resistente protege as costas contra objetos pontiagudos evitando desconforto;
Tira lombar: uma tira na região lombar (da cintura) distribui o peso de uma mochila pesada mais uniformemente;
Peso da mochila: a própria mochila deve ser o mais leve possível;
Mochilas com rodinhas: esta é uma boa escolha para aqueles que necessitem carregar muito peso. Lembrar que, ao subir escadas, ela deverá ser carregada;