Monumento em homenagem aos 150 anos da colônia é inaugurado em Brusque

Símbolo fica na escola municipal Padre Luiz Gonzaga Steiner, no bairro Souza Cruz

Monumento em homenagem aos 150 anos da colônia é inaugurado em Brusque

Símbolo fica na escola municipal Padre Luiz Gonzaga Steiner, no bairro Souza Cruz

Um monumento em homenagem ao sesquicentenário de fundação da Colônia Imperial Príncipe Dom Pedro foi inaugurado em Brusque na última sexta-feira, 10. A obra fica na Escola de Ensino Fundamental Padre Luiz Gonzaga Steiner, no bairro Souza Cruz. A escolha do local não foi por acaso: foi ali que se criou a colônia, em 10 de março de 1867.

O ato simbólico foi prestigiado por prefeitos, vices e secretários de toda a região de Brusque e do Vale do Rio Tijucas. O evento também contou com a presença do desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) Carlos Alberto Civinksi, e do deputado estadual Serafim Venzon.

Pontualmente às 9h, começou a cerimônia presidida pelo historiador e idealizador do evento, Paulo Vendelino Kons. Dom Bertrand de Orleans e Bragança, sobrinho-bisneto de Dom Pedro, portanto descendente direto, foi o responsável por descerrar o pano que escondia a obra de arte. Nela, estão cravadas a quantidade de imigrantes de cada nacionalidade que se instalaram na Colônia Imperial.

O prefeito de Brusque, Jonas Paegle, falou brevemente. Ele classificou a inauguração como um momento singular para o município. “Não podíamos deixar passar de graça. É um momento histórico para toda a região”, afirmou.

Dom Bertrand disse, durante a breve cerimônia, que a região de Brusque é um exemplo para todo o país. Ele ressaltou que a cidade é uma mistura de várias etnias, desde os primeiros imigrantes americanos até os alemães e italianos.

O deputado Venzon, natural de Botuverá, afirmou que atos como o de sexta-feira servem para fazer a geração atual perceber que também deve trabalhar para transformar a sua realidade. “A qualidade de vida que toda a região tem não é por acaso. É por causa daqueles que vieram antes. Recordar os que começaram é um exercício de valorização e contribuição dessas pessoas”.

A cerimônia contou, também, com a presença do presidente da Fundação Cultural de Blumenau (FCB), Rodrigo Ramos, que compareceu com a historiadora Suely Petri. “É uma alegria porque as colônias se desenvolveram no mesmo período, tanto a de Blumenau quanto a de Brusque. Para nós, acompanhando a evolução das nossas regiões, foi importante”.

Tema da imigração ainda é atual
Os historiadores Paulo Kons e Aloisius Carlos Lauth palestraram na conferência magna sobre a imigração na época da Colônia Imperial. O evento ocorreu na quadra da escola. Kons explicou como se deu a chegada do inglês Barzillai Cottle, que fundou a Colônia Imperial em 10 de março de 1867 com a autorização do Imperador Dom Pedro II.

Kons, um estudioso sobre a história de Brusque, contou que a primeira vila da colônia foi instalada justamente onde hoje fica a escola Padre Luiz Gonzaga Steiner. Após, o escritor e historiador Lauth palestrou sobre a imigração daquela época e fez um paralelo com o mundo atual.

Segundo Lauth, a Colônia Imperial abrangia desde Brusque até parte de Presidente Nereu. Após alguns anos, a então colônia entrou em colapso e muitos moradores foram embora para outras regiões do país. Isso abriu espaço para a vinda dos italianos.

Para o escritor e historiador, isso demonstra que a imigração não é fenômeno exclusivo de uma região ou época. “O Donald Trump [presidente dos Estados Unidos] nunca viu os dados de imigração do país”, afirmou. “O respeito aos imigrantes é fundamental”, completou Lauth.

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