Moradora de Brusque é acusada de aplicar golpe em mais de 50 mulheres

De acordo com relatos, ela utilizava um grupo de WhatsApp para vender mercadorias que não eram entregues

Moradora de Brusque é acusada de aplicar golpe em mais de 50 mulheres

De acordo com relatos, ela utilizava um grupo de WhatsApp para vender mercadorias que não eram entregues

Uma moradora de Brusque está sendo acusada de aplicar golpe em mais de 50 mulheres de todo o Brasil. Por meio de um grupo de WhatsApp intitulado “Aline atacado e varejo”, a mulher fazia negociações de mercadorias para revenda.

Algumas pessoas chegaram a receber os produtos, pelo menos, nas duas primeiras compras. As vítimas acreditam que o comportamento inicial era uma forma de gerar confiança e conseguir boas indicações.

No entanto, no fim de agosto, algumas mulheres começaram a receber os pedidos errados ou o rastreio dos Correios não era repassado corretamente. No feriado de 7 de setembro, a acusada informou que a irmã teria morrido em acidente de trânsito no Centro 2 de Brusque.

Abalada com a morte da irmã, a mulher então fez uma promoção no grupo com peças no valor de R$ 10, para se desfazer de todas as mercadorias, porque voltaria para a casa da mãe, em São Paulo.

Muitas mulheres se interessaram, fizeram os pedidos e depositaram na conta da vendedora. Devido aos diversos depósitos, o limite da conta da acusada foi excedido e foi necessário utilizar a conta de uma terceira pessoa, que seria a cunhada dela, para fazer os pagamentos.

Como as mercadorias não chegavam e ela não passava o código de rastreio, as participantes do grupo começaram a desconfiar de golpe e pediram o dinheiro de volta. Foi quando a acusada começou a excluir todo mundo do grupo. Um novo grupo foi criado pelas vítimas e a suspeita foi adicionada.

Ameaças
Assim que foi adicionada no grupo “Desfecho encomendas Aline”, ela passou a ameaçar as mulheres e ofendê-las com palavras de baixo calão. Em alguns casos, a mulher as chamava em particular para ameaçá-las e tentar extorqui-las, de acordo com relatos.

Luana de Oliveira, 32 anos, de Ilhéus, na Bahia, conta que no privado, a acusada pedia para depositar mais R$ 350 em determinado prazo, e caso não fosse feito, utilizaria a foto do perfil do WhatsApp da vítima para divulgar nas redes sociais como garota de programa.

“Eu já não aguentava mais as perturbações dela e a bloqueei. Não sei se ela usou ou não a minha foto”. Luana, que trabalha com revenda de roupas há algum tempo, teve um prejuízo de R$ 245.

Diana Santhos, também da Bahia, conta que o marido da acusada começou a lhe ameaçar por mensagens no particular, no WhatsApp. “Eu estava com meu filho internado com gravidade e ela sempre dizendo que ia depositar pelo menos o meu. Mas nem isso”, lamenta.

Algumas vítimas divulgaram fotos do perfil do Facebook da acusada e do marido em um grupo da mesma rede social, como forma de alerta. Elidiane Pereira, uma das vítimas do Paraná, conta que na terça-feira, 19, fez uma publicação sobre o golpe em um grupo.

Neste mesmo dia, a acusada foi até a postagem e xingou os administradores do grupo por não terem removido a publicação. “Eu depositei R$ 1.025 e ela mandou umas blusinhas feias, que custam R$ 5 cada”.

Mais vítimas
Ana Carolina de Jesus, 33, de Florianópolis, entrou no grupo por indicação de uma amiga. Ela comprou 12 peças de shorts, no valor total de R$ 120 mais R$ 23 do frete. “Meu prejuízo foi baixo, mas teve mulheres que compraram até R$ 2 mil em mercadorias e não receberam nada”, conta. Ela relata que com a pressão feita pelas vítimas, algumas mulheres que depositaram na conta da cunhada da acusada, tiveram parte do dinheiro devolvido.

Jaquelane de Jesus Gomes, 32, de Ilhéus, conheceu o grupo por meio de uma postagem no Facebook e assim foi adicionada. “Quando teve a promoção, comprei um lote de shorts e, de brinde ela mandaria mais oito blusas. Eu cheguei a receber sete blusas, mas não os shorts. Perdi R$ 181”.

A moradora de Rio Branco, no Acre, Ana Jéssika Martins, também foi uma das vítimas. Ela depositou no dia 5 de setembro o valor de R$ 361, mas até o momento não recebeu nem as mercadorias e nem o dinheiro de volta. “Além disso, ela chegou a me xingar no grupo”.

Denúncia
Diversas mulheres que foram vítimas da moradora de Brusque registraram boletins de ocorrência contra ela.

Segundo algumas vítimas, o grupo “Aline atacado e varejo” permanece ativo e novas mulheres foram adicionadas. “Acredito que ela continue aplicando golpes em outras pessoas também”, comenta Elidiane.

Contraponto
O Município tentou entrar em contato com a acusada por meio de três números de telefone repassados pelas vítimas. Porém, todos eles caíram na caixa postal. O número da cunhada da acusada também foi repassado. No entanto, nenhum das ligações foram atendidas e nem retornadas.

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