Moradores temem uso da praça do Bruschal para ampliação de cemitério
Prefeitura nega possibilidade, mas diz que estuda maneiras de aumentá-lo
Prefeitura nega possibilidade, mas diz que estuda maneiras de aumentá-lo
A necessidade de expansão do cemitério Parque da Saudade, no bairro Souza Cruz, levou preocupação para moradores próximos da praça do Bruschal, que fica no loteamento que leva o mesmo nome. A possibilidade de uma remoção de parte da área chegou à Associação de Moradores da Rua Bulcão Viana e Adjacências (Ambavia).
De acordo com a presidente da Ambavia, Cláudia Carvalho, a situação foi tratada nas últimas reuniões da entidade com preocupação. Com a informação, moradores se mobilizaram para demonstrar insatisfação com a possibilidade.
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O esforço para buscar alternativas para manter o local operando é justificado pelas poucas opções de áreas de lazer existentes no bairro. Além da praça, que fica entre as ruas Guilherme Kormann e Andrino Bento Amorim, o espaço público mais próximo fica a 1,7 km do local, no início da Gustavo Kohler, quase no Jardim Maluche.
Comunidade contesta prioridade
“Assim que passamos a morar aqui, vimos que havia muitas crianças e este era um espaço vazio. Sem ele, não temos um local adequado para as crianças do bairro brincarem”, resume Maria Helena Cervi Schwartz.
Para ela, o espaço é importante não só pela utilidade para o bairro, mas pelo engajamento que o marido, Celso, teve na época da construção. Para ela, a preservação do espaço público é uma necessidade e traz mais qualidade de vida aos moradores.
Há 23 anos no bairro, a família de Maria de Lourdes Libardo, 77, mora próximo à praça. Na semana passada, ela e a nora, Vanilza, 39, aproveitavam o dia de sol para trazer a neta para brincar no local. Além da pequena, o espaço também é utilizado por Maria.
Por indicação médica, ela precisa manter a prática de exercício com frequência, mas deve evitar o excesso de impacto gerados em caminhadas. Como a área de academia pública possuía um simulador específico para a prática, ela costumava aproveitar a estrutura durante os passeios com a família.
Necessidade de melhorias
O equipamento estava entre os que foram retirados para manutenção e, até a última semana, não haviam sido recolocados. Assim como outros espaços públicos, a estrutura está sendo avaliada. A necessidade de melhorias também envolve parte dos brinquedos.
De acordo com a moradora, a dificuldade de deslocamento e a distância até a praça da próxima ao Jardim Maluche é um agravante.
Discussões em andamento
Na Prefeitura de Brusque, o aproveitamento de espaço no cemitério é debatido há, pelo menos, seis meses. Segundo o diretor de Patrimônio, Alois Diegoli, as alternativas para ampliar e melhorar o serviço estão sendo avaliadas em um levantamento.
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A possibilidade de ampliação horizontal é descartada pelo diretor, apesar de não ter uma definição sobre a ampliação. O uso de construções verticais para aumentar o número de jazigos disponíveis é o que mais mais agrada. Um dos entraves, segundo ele, são questões técnicas envolvendo a área.
Diegoli acredita que a possibilidade de expansão em direção à praça deve ter sido estimulada entre os moradores devido à presença de máquinas do poder público próximo à área recentemente. Os serviços, afirma, fazem parte de um trabalho de melhoria no sistema de drenagem do local.
Em adequação
Para o vice-prefeito, Ari Vequi, o debate sobre o modelo a ser adotado pelo cemitério ainda está em aberto. “Não acredito que a verticalização seja uma boa alternativa, mas vamos fazer uma avaliação técnica para ver o que é o melhor”.
De acordo com ele, além do espaço, as exigências ambientais também precisam ser levados em conta para uma definição. O processo de licenciamento iniciou em 2014 e é acompanhado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).
Vequi afirma desconhecer a possibilidade de uso da área da praça do Bruschal. De acordo com ele, apesar da necessidade de espaço, outras áreas e opções estão sendo analisadas.