Movimento pela redução da carga tributária mobiliza Brusque

Feirão do Imposto foi realizado com o objetivo de incentivar a população a participar de campanha nacional

Movimento pela redução da carga tributária mobiliza Brusque

Feirão do Imposto foi realizado com o objetivo de incentivar a população a participar de campanha nacional

O Núcleo de Jovens Empreendedores da Associação Empresarial de Brusque (AciBr) realizou no sábado o Feirão do Imposto. No Shopping Gracher, integrantes e voluntários se reuniram para mobilizar e alertar a população sobre a alta carga tributária no Brasil, através do recolhimento de assinaturas para o abaixo-assinado do Movimento Brasil Eficiente. Uma das voluntárias da campanha, Patrícia Conti Floriani, explica que o núcleo apoia há anos o movimento, mas que, em 2014, a participação tem sido mais efetiva. “Todo mundo paga imposto em Brusque. Então, como forma de conscientização estamos na tentativa de recolher essas assinaturas. No ano passado, conseguimos 700 e, para esse ano, estabelecemos uma meta de três mil. A população está sendo receptiva e o que tem nos impressionado é que uma parte dela acredita que não paga imposto”. No estado, mais de 40 cidades estão participando da ação e a intenção é de recolher 300 mil. O número de assinaturas recolhidas não foi divulgado.

Movimento Brasil Eficiente

O Movimento Brasil Eficiente é um projeto apartidário que tem por objetivo a simplificação e racionalização da carga tributária. O coordenador do Núcleo Jovem, Robson Siegel, explica que há 50 tipos de impostos e a intenção do movimento é reduzir para dois. “Essa redução está prevista para um período de dez anos. Não é uma solução tirar um imposto de uma hora para a outra. A forma como é apresentada essa proposta é eficiente, pois será de forma tranquila em um longo período”.

Na prática, num primeiro momento, os tributos seriam unificados, sem alterar o atual volume de arrecadação da União, bem como estadual e municipal. A redução defendida pelo MBE é que o IPI e as contribuições federais (PIS, Cofins, CPP e Cide) seriam consolidadas num só tributo. Já os 27 ICMS estaduais convertidos numa única legislação com alíquotas harmonizadas, ou seja, o Nacional Compartilhado.

Outra bandeira levantada pelo movimento é em defesa de mais eficiência dos gastos públicos, através de uma gestão pública eficiente. “O movimento leva esse nome, pois prega a eficiência. O projeto mostra como simplificar a arrecadação e fazer com que esse imposto seja revertido da forma correta, em saúde, estradas, infraestrutura. Não basta pagarmos impostos que consomem boa parte da folha salarial, ainda temos que pagar por saúde e se cuidar com os buracos na estrada”, diz Siegel.

Patrícia comenta que há mais de 500 tipos de projetos de redução de imposto parados no Congresso, e que a mobilização da população por meio de abaixo-assinado é uma maneira de fazer com que a vontade da população seja respeitada e ‘ouvida’. “Esse movimento não para no Congresso. Ele vira um projeto de lei de iniciativa popular, e essa iniciativa obriga que o Congresso vote, ele não pode tirar da pauta. Há um prazo legal em que eles são obrigados a votar. Isso também ocorreu com a lei da Ficha Limpa. A única forma que nós brasileiros temos é essa, a nossa única arma é uma caneta”. De acordo com Siegel, para se tornar um projeto de lei de iniciativa popular é necessário o recolhimento de 0,5% da população brasileira. Até o momento, mais de 248 mil já foram conseguidas.

O aposentado Cesar Gevaerd não pensou duas vezes na hora de assinar o MBE. “Acho interessante essa campanha, pois tem que existir por parte da sociedade uma luta constante. Há a cobrança de imposto, mas também tem que ter a retribuição por parte do governo em projetos importantes para a sociedade. O valor do imposto vai para lugares indevidos e a sociedade fica a ver navios. Falta mais consciência do povo em buscar os seus direitos e ser mais responsável na exigência naquilo que lhe é de direito, e acredito que esse movimento é uma das maneiras para que isso aconteça”.

Assim como Gevaerd, o aposentado Eriberto Pinheiro também apoia a campanha. “Com tantos impostos que temos no Brasil, alguém tem que fazer alguma coisa para tentar reduzir. Quando é para reduzir no Brasil geralmente fica no esquecimento. Quando é para aumentar, aí é rápido. Alguém tem que fazer alguma coisa e cabe a população apoiar”.
A ação não para por aí. As assinaturas poderão ser recolhidas até o dia 9 de outubro da Acibr. Após, o documento será enviado para São Paulo para digitação e identificação de cada CPF. Há também a possibilidade de assinar através do site do Movimento Brasil Eficiente: www.brasileficiente.org.br.

Impostômetro e simulação
Durante a ação, estava disposto um monitor com o “Impostômetro”, uma espécie de contador de toda a arrecadação de impostos nacional. Até sábado, mais de R$ 1 trilhão já estava nos cofres públicos. Com esse valor, segundo o contador, daria para construir 32.692 casas populares.

Também estava disponível um simulador de imposto sobre a folha salarial. Em uma simulação, uma pessoa que recebe R$ 3 mil, o total arrecadado pelo governo é de aproximadamente R$ 1,5 mil, sendo R$ 396 descontado do funcionário e o restante pago pela empresa.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo