Mulher vence câncer de mama descoberto aos 35 anos

Eliciane de Lima descobriu um câncer na mama aos 35 anos, e há quatro anos está curada

Mulher vence câncer de mama descoberto aos 35 anos

Eliciane de Lima descobriu um câncer na mama aos 35 anos, e há quatro anos está curada

Em 2010, aos 35 anos, a gaúcha Eliciane Medeiros de Lima, descobriu que estava com câncer de mama. Por ter menos de 40 anos, ela não costumava fazer a mamografia, e só percebeu que havia algo de errado quando sentiu um caroço na mama esquerda.

“Tinha um caroço e eu sentia muita dor no seio. De repente, ele começou a ficar duro, como quando está cheio de leite para amamentar”, conta.
Mesmo sentindo uma diferença entre a mama esquerda e a direita, Eliciane só foi se preocupar quando um líquido começou a sair de seu mamilo. “Ele ficou duro como uma pedra e começou a sair um líquido. Aí procurei o médico.

Antes de sair o líquido, eu estava tranquila, mas quando começou a sair, eu já imaginava que deveria ser câncer e aí me apavorei”, lembra.

Eliciane foi ao médico e lá teve a confirmação. “Lembro que não consegui fazer a mamografia porque o seio estava muito inchado, então fiz a ultrassonografia, e ele viu que eu estava com câncer”.
Ao receber a notícia, o primeiro sentimento foi de tristeza. “Na hora que o médico disse eu fiquei muito chateada. Receber uma notícia dessas não é nada bom, mas é preciso reagir, não pode se entregar”.

Os primeiros a receber a notícia foram o marido e a filha, Vitória, que estava com 10 anos na época. “Contei primeiro pra eles, e depois para minha mãe. Ninguém esperava, pegou todo mundo de surpresa. Todo mundo ficou muito triste, não é nada fácil. Pensei muito na minha família, em primeiro lugar sempre pensei neles, porque também tive que dar força a eles. Se eu desanimasse seria muito pior”.

O processo foi rápido. Do momento em que descobriu o câncer até a cirurgia de retirada da mama, levou menos de um mês. “Logo o médico me disse que eu teria que fazer a cirurgia de retirada da mama porque só tirar o tumor não adiantaria porque ele estava em boa parte do seio. O médico agiu rápido e não levou nem um mês para eu fazer a cirurgia. Tive muita sorte”, declara.

A cirurgia foi realizada no dia 30 de setembro de 2010, no Hospital Dom Joaquim. “Fiz tudo pelo SUS. Após terminada a cirurgia, o médico enviou para a biópsia. E só depois eu saberia se precisaria fazer a quimioterapia”, conta.

Até o resultado da biópsia ficar pronto, o processo de recuperação da cirurgia foi longo e doloroso. “Os dois primeiros meses foram os piores. Depois, levei mais uns quatro meses até sarar bem. Foram meses muito difíceis. Tive que mudar toda a minha rotina por causa da doença”.

Eliciane sempre foi muito ativa, e antes de descobrir a doença, trabalhava como empregada doméstica durante o dia, e auxiliar de cozinha à noite. “Após a cirurgia, não pude voltar a trabalhar, o médico me aposentou porque não posso mais fazer esforço. No começo foi muito difícil até eu acostumar a ficar em casa. Depois, comecei a inventar coisas, fazer artesanato para passar o tempo”.

Nesse momento, o apoio da família e, principalmente da filha, foi fundamental. “Minha mãe veio passar um tempo aqui comigo depois da cirurgia, e sempre tive meu marido e minha filha perto de mim. A minha filha, mesmo tão pequena, entendia e me deu muita força. Ela me ajudou muito na recuperação com o carinho e o alto astral dela. Fiz a coisa certa em contar tudo pra ela logo no começo, acho errado esconder algo grave assim dos filhos, principalmente nessa fase deles”, afirma.

O resultado da biópsia chegou apenas em dezembro, e ali Eliciane descobriu que a cirurgia bastou para eliminar a doença. “Quando o médico me falou que eu não precisaria fazer a quimioterapia foi uma bênção, me senti muito aliviada porque eu estava com muito medo, não sabia se aguentaria passar por esse tratamento, que é o pior dessa doença, judia muito das pessoas”.

A partir daquele momento, Eliciane estava curada do câncer, porém, mesmo quatro anos após o diagnóstico e a cura, o medo é um companheiro constante em sua vida. “O médico retirou toda a doença, mas eles nunca garantem que a gente está curada, sempre tem o risco de voltar, e permaneço naquela insegurança. Faço acompanhamento médico de seis em seis meses para garantir que tudo está bem”.

Em março do ano que vem, Eliciane retorna ao médico para iniciar a bateria de exames e se preparar para a cirurgia de reconstrução da mama, uma das marcas profundas deixadas pela doença. “Fui chamada agora e ano que vem inicio o processo. No começo, foi muito difícil me acostumar com a minha nova aparência depois da cirurgia, me sentia insegura, até hoje, as vezes acho que dependendo a roupa que uso as pessoas vão ver que eu não tenho o seio, me sinto diferente. Mas agora vou fazer a cirurgia, muitas mulheres não fazem, mas eu quero fazer, quero voltar a me sentir bem comigo mesma”.

Apesar de todo o sofrimento, Eliciane garante que passar pela doença lhe tornou uma nova pessoa. “Você começa a valorizar mais as coisas, depois da doença comecei a dar valor as coisas pequenas, que na correria do dia a dia passavam despercebidas, mas que também são muito importantes”.

Às mulheres que estão passando por este momento difícil, Eliciane deixa um conselho: “A tristeza, a depressão sempre vem, é normal, mas tem que ser mais forte que ela, não pode se deixar abater. Mesmo com todas as dificuldades, nunca me entreguei e também nunca tive medo de morrer. Tive muita força para enfrentar e é assim que tem que ser. Lutar com todas as forças para vencer, porque é possível”, diz.

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