Região registra em média 40 casos de picadas de cobra por ano

Principais espécies encontradas na região e que são chamadas de interesse médico são as jararacas, jararacuçus e corais

Região registra em média 40 casos de picadas de cobra por ano

Principais espécies encontradas na região e que são chamadas de interesse médico são as jararacas, jararacuçus e corais

Os municípios de Brusque, Botuverá, Nova Trento, Guabiruba e São João Batista registraram uma média anual de 40 casos de picadas de animais peçonhentos de 2014 até março de 2017. Conforme dados repassados pela Vigilância Epidemiológica de Brusque, a maior incidência dos acidentes são provocados por serpentes, geralmente da espécie jararaca.

Neste ano, chamou atenção a morte de Éder Fábio Peixer, 38 anos, que foi picado no dia 13 de fevereiro e morreu três dias depois do acidente. O caso aconteceu no bairro Colônia, em São João Batista. O homem foi levado ao Hospital Monsenhor José Locks e transferido para o Hospital Universitário de Florianópolis somente dois dias depois. A cobra que o picou não foi capturada, mas conforme informações do hospital, seria uma Jararaca.

Na dia 17 de março outro morador também do bairro Colônia sofreu um ataque de jararacuçu enquanto fazia manutenção em um cano de água. Ele foi encaminhado para o hospital municipal e, em seguida, foi levado ao hospital da capital. Atualmente ele passa bem.

O biólogo Rodrigo de Souza explica que no Vale do Itajaí tem uma grande variedades de espécies de serpentes, mas entre essas existem as que são chamadas de interesse médico. Ou seja, caso haja um acidente, o paciente pode ter complicações graves. Na região, são três espécies que se enquadram: jararaca, jararacuçu e coral.

Destas três, as que mais causam acidentes são as duas primeiras, pois conforme o biólogo, as corais são serpentes que vivem debaixo da terra e saem apenas para pegar sol ou caçar. “Elas se alimentam, basicamente, de outras serpentes. Não são animais agressivos. Os acidentes ocorrem, geralmente, durante a manipulação, como ao colocar a mão na boca deles”, informa.

Já as jararacas e jararacuçus tendem a ser mais agressivas, pois como se alimentam de roedores e outros pequenos animais, podem ser encontradas em qualquer região que tenha mata, ou ainda em locais que têm muito entulho ou lixo acumulado. “Elas estarão nesses locais, mas ficam paradas e só atacarão quando se sentirem ameaçadas, como se pisar em cima ou colocar a mão onde estão. Normalmente elas fogem”, explica.

Resgate rápido
O biólogo alerta que quando uma pessoa for picada por uma cobra, deve procurar imediatamente o pronto socorro. Além disso, a pessoa atacada deve ficar atenta, pois quanto mais próximo do coração ou da cabeça for a picada, menos tempo tem para fazer a desintoxicação. Caso contrário, pode ocorrer a morte do paciente.

“É importante que a pessoa se mantenha calma e fique com a parte do corpo picada levantada e parada. Isto porque quanto mais movimento fizer com a parte, o metabolismo acelerará e fará com que o veneno da serpente se espalhe mais rápido para os órgãos vitais”, diz.

As pessoas mais idosas, alérgicas ou com uma pré-disposição para alguma doença, têm mais chances de o veneno atuar com mais eficiência. “O veneno age de diversas formas e a toxina ataca muito os rins, paralisando-os. Por isso, a ida ao hospital é importante para evitar uma infecção também”, comenta.

Na maioria das vezes, Souza diz que o principal erro das pessoas é tentar se automedicar em casa ou tentar sugar o veneno. “A única coisa que a pessoa pode fazer em casa é lavar bem a área com água e sabão. O torniquete só quem deve fazer é um socorrista habilitado, como um bombeiro”.

Assim que a pessoa é encaminhada ao pronto socorro, ela deverá ser medicada com o soro por um profissional habilitado. Segundo o biólogo, é importante que a pessoa saiba por qual espécie foi picado. “Se conseguir levar o animal junto para mostrar para o médico é melhor, mas hoje em dia, com celulares com câmeras fotográficas também fica fácil fazer uma foto”.

Cuidados ao mexer em entulhos
Entre as principais orientações do biólogo está a de evitar manter entulhos ou um amontoado de madeiras e lixos que atraiam os predadores dessas serpentes mais agressivas.

Além disso, aos trabalhadores rurais, sempre devem andar com botas e perneiras, pois os ataques geralmente são na região da canela. “Ao mexer com madeiras empilhadas, é importante o uso da luva de couro. As pessoas precisam sempre evitar colocar o corpo na frente de locais que não conhecem”, alerta.

Ao adentrar em matas, é indicado também que se utilize camisas de mangas compridas e sempre esteja acompanhado de mais alguém. “Em casos de acidente terá uma pessoa perto para socorrer imediatamente e até mesmo ajudar na identificação do animal”, diz.

 

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