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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

No Facebook, ex-prefeito defende governo da Venezuela, e venezuelana responde

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

No Facebook, ex-prefeito defende governo da Venezuela, e venezuelana responde

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Venezuela
O ex-prefeito de Brusque, Paulo Eccel (PT), se manifestou recentemente em sua página do Facebook sobre a situação política da Venezuela, e elogiou a Assembleia Nacional Constituinte chamada por Nicolás Maduro. “Quem são os ditadores? Pense, reflita! Se fosse proposta uma Constituinte no Brasil, como está acontecendo na Venezuela, aqui estaríamos em estado de guerra. A elite política e econômica brasileira faria de tudo e usaria todos os meios, a Globo, a Band e a mídia golpista para dizer que essa constituinte não seria democrática”, escreveu.

Resposta
O que tem chamado a atenção nas redes sociais e rodas de conversa do município é o fato de uma venezuelana ter respondido aos comentários de Eccel, o qual, segundo ela, “não tem mínima ideia do que está acontecendo em meu país, mortes por fome, por agressões por parte dos militares, a saúde um desastre, não há comida, só o controle que tem o governo nefasto”. Ela ainda convidou o ex-prefeito para que passe um tempo vivendo no país para que veja “no que se converteu sua amada pátria”. Eccel não respondeu aos comentários até a noite de ontem.


Novo método
Após o princípio de polêmica envolvendo a exigência de título de eleitor como comprovante de domicílio pelos estudantes que usam o transporte universitário, a Prefeitura de Brusque desenvolveu um novo método para controle de quem utiliza o serviço. Segundo relatos de estudantes, está sendo exigido, antes do embarque, que cada um preencha uma ficha com nome, curso, RG e assinatura. Há registros de atrasos na saída dos ônibus em função da medida.


Contas aprovadas
A candidata a vereador Keila Taise Kuhn entra em contato para informar que a Justiça Eleitoral reconsiderou a decisão na qual havia julgado desaprovadas suas contas de campanha, publicada neste espaço semanas atrás. Segundo a sentença, um documento que não havia sido considerado anteriormente sanou as irregularidades encontradas na prestação de contas. “Em nova análise do Judiciário ficou claro e foi dirimida toda e qualquer dúvida sobre a transparência e a legalidade da minha conta de campanha”, ressalta.


Audiência pública
A Câmara de Guabiruba aprovou, por maioria de votos, a solicitação do vereador Felipe Eilert dos Santos (PT) para que seja realizada uma audiência pública, em data ainda a ser confirmada, para debater projeto de lei que proíbe que vereadores se licenciem do mandato para assumir cargos no poder Executivo. Tema semelhante foi votado em Brusque, e rejeitado pelos vereadores.


Nepotismo
Audiência pública também será realizada na Câmara de Brusque nesta segunda-feira, 14, a partir das 18h. O objetivo deste encontro é discutir o projeto de lei que veda, no âmbito do poder público de Brusque, a prática do chamado nepotismo cruzado, quando vereadores e membros do Executivo promovem nomeações mútuas de parentes em cargos de confiança. O Observatório Social e entidades empresariais apoiam a proposta.


EDITORIAL

O problema do comércio ambulante

As crises econômicas, em geral, fazem aumentar o número de camelôs, de vendedores de rua, que procuram sobreviver do jeito que dá, do jeito que lhes parece mais viável. Diante disso, como conciliar a existência de um comércio formal, que paga impostos e precisa atender vários requisitos, com um comércio que não tem as mesmas obrigações?

Colocar a fiscalização e a polícia na rua para fazer uma limpa geral, sem oferecer uma alternativa, pode parecer bom para quem não pensou muito sobre o caso, mas é ruim porque só agrava o problema social. A ação do Estado se torna opressiva, totalitária e injusta.

É preciso que os agentes públicos estejam atentos para a realidade das ruas. E atuem com inteligência e sensibilidade para não abrir um buraco enquanto tapa o outro. Como já vimos, trata-se de um grande problema, que não comporta soluções simples. E exige conhecimento e competência de quem se mete a lidar com a administração pública.

Em primeiro lugar, deve-se enxergar com clareza, por exemplo, as diferenças que existem entre os “food truck” mais sofisticados e um carrinho de cachorro-quente. O capital investido na “gourmetização” de um hambúrger, na criação de uma identidade visual, na instalação de equipamentos, muitas vezes é superior ao capital investido numa lojinha de bairro.

É preciso inteligência e sensibilidade para não abrir um buraco enquanto tapa o outro

Trata-se, portanto, de um empreendimento que deve se encarado pela sua estatura financeira e pelo seu plano de negócios e não pelo fato de ter ou não rodas.

O outro lado desse problema é o empreendedor realmente micro, que vendeu bens e se endividou para poder circular por locais de movimento e tentar atrair, pelo preço, pela simplicidade, uma clientela que o ajude a sobreviver. Deve ser tratado com respeito, mas não pode, naturalmente, deixar de ter, como os demais comerciantes da cidade, obrigações e deveres.

Qualquer um de nós, diante de dificuldades financeiras, gostaria de poder ir ao supermercado, comprar algumas caixas de cerveja e depois sair vendendo, com um pequeno lucro. Parece coisa pouca, que o poder público deveria ignorar porque tem “coisa mais importante para fazer”, mas não é.

Essas transgressões, ainda que pequenas, desarrumam o acordo tácito que existe em sociedades como a nossa: as atividades comerciais estão sujeitas a algumas normas. E a maioria concorda e se sujeita a elas. Por que se deveria fazer vistas grossas a quem quer trilhar outro caminho, realizando atividades comerciais sem obedecer a convenções e regulamentos?

É justo adaptar o tratamento a cada situação, mas é muito injusto, e até desonesto, liberar alguns de todo tipo de obrigação, enquanto se exige tanto dos demais.

 

 

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