Notificações de casos de caxumba aumentam mais de 200% em Brusque neste ano
Até a última semana, cidade registou mais de 30 casos da Parotidite infecciosa
Até a última semana, cidade registou mais de 30 casos da Parotidite infecciosa
Até esta sexta-feira, 8, a Vigilância Epidemiológica de Brusque registrou 31 casos de Parotidite infecciosa, conhecida como caxumba, desde o início do ano. De acordo com informações oficiais, o número é 221% maior do que foi registrado durante 2018, com 14 casos.
Contudo, segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Natália Cabral Marchi, o aumento deste número é reflexo do aumento de notificações, não de casos em si. Em 2017, eram 12 casos notificados.
Ela explica que nesta época do ano é comum a infecção de Parotidite, mas muitos médicos não costumam registrar os caso no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o que vem mudando a cada ano.
“As pessoas não têm o hábito de fazer a notificação da doença em tempo adequado. O que a gente percebe é que aumentou a informação sobre os casos. Ainda assim, está subnotificado, pois sabemos que tem muito mais do vem até o nosso conhecimento oficialmente”, conta.
A enfermeira ressalta que a notificação de instituições públicas e privadas se tornou obrigatória após a Portaria nº 204 de 17 de fevereiro de 2016, atualizada em 21 de novembro de 2017.
Por isso, Natália explica que anualmente são feitas conscientizações para médicos e hospitais fazerem a notificação. “Sempre tiveram casos de caxumba. Normalmente sabemos deles por que alguém conta para a gente. Só podemos quantificar e trabalhar em cima de dados oficiais”, finaliza.
A caxumba é uma doença viral aguda, conhecida por causar febre e aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares, geralmente a parótida e, às vezes, glândulas sublinguais ou submandibulares. O que ocasiona o inchaço da região da língua.
Em homens adultos ocorre orquiepididimite, que é a inflamação na região do testículo em, aproximadamente, 20% a 30% dos casos.
Nas mulheres pode ocorrer ooforite, que é a inflamação dos ovários, mas com menor frequência, são cerca de 5% dos casos.
Entretanto, em um em cada três casos de caxumba pode não apresentar esses inchaços. A indicação é procurar o médico. O diagnóstico da doença é principalmente clínico-epidemiológico e existem testes sorológicos ou de cultura para vírus, porém não são utilizados na rotina.
A infecção pode ocorrer por via aérea, disseminação de gotículas ou contato direto com a saliva de uma pessoa infectada.
O período de incubação é de 12 a 25 dias, sendo, em média, de 16 a 18 dias. O período de transmissibilidade varia entre seis a sete dias antes das manifestações clínicas, até nove dias após o surgimento dos sintomas.
Não existe tratamento específico, é indicado apenas repouso, analgésicos e observação cuidadosa quanto à possibilidade de aparecimento de complicações.
No último mês, a caxumba tirou o jogador Zé Mateus, o artilheiro Moisés e o preparador de goleiros Marcio Quevedo e o jogador Thiago Henrique, do Brusque, de jogos importantes da Copa SC.
Os integrantes já estão se recuperando, sendo que Moisés poderá voltar a jogar no domingo, 17.