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Novos casos de ataque de cães em praça de Brusque preocupam moradores

Polícia Militar diz que este tipo de ocorrência está se tornando frequente na cidade

Novos casos de ataque de cães em praça de Brusque preocupam moradores

Polícia Militar diz que este tipo de ocorrência está se tornando frequente na cidade

No sábado à noite, por volta das 19h30, um ciclista passeava com o filho menor de idade pela praça Gilberto Colzani, no Centro de Brusque, quando ambos foram atacados por cães. O caso foi presenciado pela jornalista Juliane Ferreira. 

Segundo ela, os cães, muitos deles de pessoas em situação de rua que ficam pela praça, avançaram sobre a criança e quase derrubaram o pai, que estava na bicicleta. 

“Só não o derrubaram, porque ele acelerou muito. De tudo o que já vi na praça isso passou dos limites. O homem saiu da praça com o menino erguido no braço para os cães não atacarem. Acho que os tutores deveriam impedir isso. Porém, eles não conseguem conter os cães”, relata.

De acordo com o secretário de Assistência Social e Habitação, Deivis da Silva, a equipe de abordagem social foi até a praça perto das 21h e recebeu o apoio da Polícia Militar.

“Foi uma situação pontual e atípica, porque a segunda denúncia é ligada a cachorros soltos. O ataque de cães é incomum, pela agressividade. Quando a equipe chegou, não viu a agressividade”, diz.

Contudo, incidentes como este já ocorreram no mesmo local. Pessoas que passam pela praça ou pelo terminal reclamam que os cães têm corrido atrás de pedestres e motoqueiros, até mesmo no meio da via. 

Juliane avalia que a situação afasta jovens, famílias e casais da praça. “Ninguém mais vem aqui, não entra ninguém. Os cães não fazem isso todo dia, é vez ou outra”, conta.

Segundo ela, a preocupação também é para a segurança do animal, para evitar casos de atropelamento. “A todo instante vários cães cercam carros que são obrigados a reduzir. Sei que não é culpa de ninguém, eles têm direito de ir e vir”, completa.

Possibilidades de ação

Segundo o comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, este tipo de ocorrência acontece com mais frequência na cidade, não só na região central, mas também nos bairros. “É um contexto bastante desagradável. É uma situação bem delicada, que ficamos sem reagir”, comenta.

Ele explica que a situação fica mais complexa por não existir um protocolo específico para este tipo de ocorrência. Contudo, quando envolve riscos para outras pessoas, a Polícia Militar pode agir, como em caso do animal oferecer grande ameaça, ele explica que o agente pode até matá-lo.

Além disso, medidas legais também podem ocorrer para responsabilizar os donos. “Caso trazer risco, pode ser crime.  Como lavrar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), o que causa multa financeira, em audiência em fórum”, explica.

Entretanto, para ele, falta um órgão ou segmento especializado para a coleta e recolhimento desses animais no município, com apoio de lei. “Cada vez mais cresce a companhia de pet em centros urbanos, o que reflete em cuidados mais específicos por meio de órgão público”, finaliza.

Em casos de ataques, a vítima ou quem estiver pelo local e presenciar alguma situação, deve acionar a PM, pelo 190, ou os bombeiros, no 193.  

Situação em Brusque

Silva destaca que os cães são uma parceria das pessoas, uma companhia. “Sobre a  agressividade, ou questões de vacinas, da saúde dos cães, já é uma situação da vigilância sanitária fazer um diagnóstico. A abordagem social vem para assegurar os direitos dessas pessoas em situação de rua, como banho, tratamento, dormir no albergue”, explica. 

Entretanto, ele conta que o albergue não aceita os cães e a sugestão é que eles fiquem na parte externa. Porém, ele informa que não existe uma demanda grande de pessoas com cães no albergue.

Na cidade, de acordo com Silva, são cerca de 60 pessoas em situação de rua. Ele explica que muitos deles não permanecem no albergue por não aceitarem as regras de acessos, como horário de tomar banho ou dormir às 22h, ou até de não permitir a entrada de bebida alcoólica, ou fumar no interior.

“Eles passam a ir para rua de novo. Acredito que o número continua o mesmo. Caso não tivéssemos a equipe de abordagem, dias e noites fazendo esse trabalho, o número seria maior”, finaliza.

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