Número de eleitores brusquenses filiados a partidos aumenta 30% em quatro anos
Nesse período, cerca de 3 mil novos eleitores assinaram fichas de filiação no município
Número de eleitores brusquenses filiados a partidos aumenta 30% em quatro anos
Nesse período, cerca de 3 mil novos eleitores assinaram fichas de filiação no município
- 09/05/2018
- 5:15
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizados até março deste ano revelam crescimento no número de eleitores brusquenses que estão filiados a partidos políticos. Atualmente, de acordo com as estatísticas, 11.070 eleitores estão regularmente filiados. Como Brusque tem 128.818 habitantes, de acordo com o IBGE, 8,5% da população integra algum partido.
Em dezembro de 2014, ano em que foram realizadas as eleições gerais anteriores, o número de eleitores de Brusque filiados a partidos políticos era de 8.487, o que significa um eleitorado filiado 30,4% menor do que o atual.
Em parte, o aumento do número total de eleitores filiados se deve ao fato de que novos partidos constituíram-se no município desde que Dilma Rousseff (PT) foi eleita em 2014.
Hoje são 31 agremiações com registro de eleitores filiados, três a mais do que em 2014. Por outro lado, a maior fatia do crescimento total está relacionada ao próprio crescimento interno das siglas, que conseguiram multiplicar o número de adeptos desde então.
A liderança continua sendo do DEM, que passou de 1,5 mil para 3,1 mil filiados nos últimos quatro anos. O partido, sozinho, foi responsável por metade das novas filiações realizadas em Brusque no período.
A sigla estava “esquecida” no município antes das eleições gerais de 2014 e foi reativada, com acréscimo de filiados, quando o ex-secretário regional Jones Bosio assumiu o partido, após deixar o PSD, em 2015.
Segundo ele, o DEM estava praticamente desativado, sem ter sequer lançado candidaturas nas eleições anteriores. Foram mapeadas lideranças nos bairros para serem candidatos a vereador em 2016 e, estas lideranças, diz, foram filiando mais pessoas.
“A partir deste momento a gente foi crescendo, montamos um diretório onde as pessoas podiam ir se cadastrar. Isso é fruto do trabalho de todos, trabalhamos em equipe”, explica.
Hoje, o partido possui dois representantes na Câmara de Vereadores e está organizado a tal ponto de que cada bairro tem micro-diretórios responsáveis pela articulação política.
Bosio cita também o fato de que lideranças políticas que vieram de outros partidos para o DEM, como o presidente da Câmara, vereador Celso Emydio da Silva (ex-PSD), e o ex-vereador Moacir Giraldi (ex-PTdoB), trouxeram consigo dezenas de novos filiados.
Crescimento e declínio das siglas
Dentre os dez maiores partidos de Brusque, somente três registraram queda no número de filiados de 2014 para cá: o PP, que perdeu 20 filiados, o PDT, que perdeu 67 filiados, e o PV, que perdeu 31 filiados.
Depois do DEM, que aumentou seus filiados em 1,5 mil nos últimos quatro anos, o maior crescimento (em números totais) é do MDB, que ganhou 219 novos filiados desde a última eleição geral até o momento.
Análise: crescimento para ocupar cargos
Para o professor Eduardo Guerini, sociólogo político da Univali, o crescimento do número de eleitores filiados não é um fenômeno surpreendente.
Ele avalia que, no sistema político brasileiro, as estruturas públicas se tornaram bastante atrativas para os partidos políticos que ganham o poder, que passam a loteá-las com cargos comissionados.
Esses cargos, diz, são quase sempre providos por quadros dos partidos, o que acaba por atrair novas filiações.
“Para entrar na estrutura de governo, ele tem que estar filiado. Como existe uma gama de cargos comissionados sendo leiloados nos governos de coalizão, vai estabelecendo-se uma evolução de filiados por partido”, avalia.
Para ele, “não são filiações ideológicas, são fisiológicas. Grande parcela do crescimento, no âmbito municipal, é por isso”.
Guerini explica que não por acaso o movimento de filiações costuma aumentar sempre após as eleições, justamente para que os partidos vencedores das eleições tenham quadros para ocupar todos os espaços no governo.