Número de novas CNHs volta a crescer em 2017 após três anos de queda
Brusque teve 2,5 mil novas habilitações no ano passado, com a retomada da economia
Brusque teve 2,5 mil novas habilitações no ano passado, com a retomada da economia
O número de primeiras habilitações emitidas em Brusque, Guabiruba e Botuverá cresceu na comparação entre 2016 e 2017. Foram 131 novas certificações, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SC). A reação é comemorada por Centros de Formação de Condutores (CFC) nos municípios, apesar de estar longe do volume considerado ideal.
Juntas, as cidades acumulam queda de 22,12% no número de novas Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) nos últimos cinco anos. Um dos fatores indicados para panorama está na crise econômica. “Hoje, só faz CNH quem tem condição de comprar um carro ou uma moto, antes era uma prioridade para muita gente”, avalia o diretor da Autoescola Marquezan, Célio Marquez.
Segundo ele, o número de novas CNHs foi afetado diretamente pela redução do ritmo do mercado de trabalho. Não raro, afirma, alunos precisavam desistir do processo por ter perdido o emprego ou não ter condições financeiras para dar sequência na formação. Além das perdas de clientes potenciais e estudantes, os departamentos financeiros também viram o índice de inadimplência no setor aumentar.
Marquez avalia a reação do setor como pequena, mas o suficiente para esperar um ano melhor. Os números dos dois anos anteriores estavam longe do considerado ideal para a região. A expectativa de retomada das contratações por empresas e a chegada de mais jovens dos municípios próximos são indicadas por ele como um fator importante para o aumento.
Momento de mudanças
Para se adaptar à nova realidade, CFCs passaram por adequações administrativas. De acordo com o diretor geral da Marijá, Juliano de Azevedo, para evitar a redução da equipe, cargas horárias foram adaptadas e processos internos revistos. Outra estratégia utilizada foi manter os preços praticados em anos anteriores. Isso, segundo ele, foi uma forma de atrair matrículas.
Azevedo mantém otimismo com o início de ano. O período é visto como importante pelos centros pela facilidade gerada com as férias de universidades. Com o desempenho de 2017, ele projeta um aumento gradativo na procura pelo serviço a medida que a economia nacional se recupere. “Oscilações sempre ocorreram, mas realmente, não havíamos passado por uma assim”.
Em Guabiruba, Caio Fischer, do Autoescola Fischer, também percebeu mudanças no comportamento do público. De acordo com ele, no mesmo período que a busca por novas habilitações caíam, a procura por inclusão de categorias profissionais aumentavam.
Nos CFCs pesquisados, os valores médios para primeira CNH para as categorias A e B é de R$ 2.380. Caso o aluno procure somente a autorização para dirigir carros, na categoria B, ele irá investir R$ 1.930. No caso da A, voltada para motocicletas, o valor é de R$ 1.440.
Panorama local
Com o maior número de novos habilitados, Brusque teve 2.553 documentos emitidos em 2017. Foram 131 a mais do que no ano anterior, mas ainda distante dos 3.245 verificados em 2012. Neste ano, até o início da semana, 50 pessoas haviam retirado a primeira habilitação.
O panorama também é percebido nos municípios vizinhos. Há dois anos, Guabiruba tem menos de 400 novas CNHs anuais. Nela, a reação foi mais modesta e 2017 fechou com 39 registros a mais por parte do Detran em comparação com o ano anterior. Desde janeiro, o município teve uma carteira nova contabilizada.
No caso de Botuverá, os registros são contabilizados com menos de três dígitos desde 2014. Um ano antes, 2013, o município atingia o maior índice da série histórica: 118 emissões. No ano passado, ele praticamente voltou ao patamar de 2015 em termos de novas habilitações, com 76.