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Números de Luizinho Vieira no Brusque tornam qualquer trabalho insustentável

Faltando 13 rodadas para o fim da Série B, ou o quadricolor reage de forma convincente ou voltará à Série C

Números de Luizinho Vieira no Brusque tornam qualquer trabalho insustentável

Faltando 13 rodadas para o fim da Série B, ou o quadricolor reage de forma convincente ou voltará à Série C

João Vítor Roberge

A passagem de Luizinho Vieira pelo Brusque era quase impossível de defender. É dito internamente que o treinador tinha o respaldo do elenco e teve os votos de confiança da diretoria a ponto de durar 20 jogos. Mas, em campo, o time nunca se desenvolveu de forma convincente, o ataque continuava sofrível e era necessário dar a vida em campo por qualquer vitória suada por um a zero. Nada que o Brusque apresentava em campo favorecia a imagem do trabalho.

Claro, não é apenas Luizinho Vieira o problema. O Brusque perdeu diversos pontos importantes em falhas ridículas, de pênaltis perdidos a gols perdidos debaixo da trave, passando por gols entregues de forma que faria o mais paciente monge perder as estribeiras. Os resultados eram tão ruins que, olhando apenas os números, a impressão é de que a demissão demorou a acontecer, ou talvez que tenha, agora, acontecido tarde demais.

Luizinho Vieira deveria ter sido demitido após a goleada sofrida contra o Goiás, quando tomou decisões que se provaram terríveis, influenciando diretamente no placar. Naquele momento, acumulava três derrotas consecutivas, com um ponto obtido dos últimos 15 disputados. Mas não foi demitido, e ainda ganhou sobrevida ao conquistar uma vitória sobre o Sport.

A partir de então, poderia se esperar que ele iria até o final da Série B, apesar de tudo, baseado no respaldo dos jogadores e da diretoria. Mas a incapacidade do Brusque contra um insosso Santos que não vencia há quatro jogos foi a gota d’água. Para cada fio de esperança que era criado em vitórias suadas, havia uma frustração revoltante nas rodadas seguintes. A atuação contra o Santos foi a última delas.

Em 20 jogos (19 pela Série B e um pela Copa do Brasil), Luizinho Vieira teve três vitórias, 10 empates e sete derrotas, com 14 gols marcados e 22 sofridos. E todas as três vitórias foram por 1 a 0. Nenhum técnico que esteve 20 jogos no Brusque conseguiu tão pouco, nenhum com esta quantidade de partidas venceu tão pouco no clube.

O treinador chegou sabendo das limitações do elenco e do clube, mas não conseguiu dar a resposta necessária. Teve várias rodadas em que era “só vencer” e sair do Z-4, mas o time falhou em cada uma destas oportunidades. O trabalho não sobreviveu a tempo de voltar ao Augusto Bauer. Luizinho Vieira só conseguiu usar alguns reforços, e por pouco tempo.

Chega nesta terça-feira, 10, Marcelo Cabo. É um treinador que fez trabalhos muito ruins por CSA e ABC neste ano e, no clube potiguar, foi eliminado da Copa do Brasil pelo Brusque. Mais recentemente, com o Floresta, começou com um empate e uma sequência de seis derrotas, mas o time se recuperou e se livrou do rebaixamento no 16º lugar da Série C.

Não há nada perdido. Se Marcelo Cabo vai repetir o que fez na parte final de seu trabalho no Floresta, o Brusque ganha boas chances de reagir. Se vai repetir o desempenho do resto do ano, só restará um rebaixamento brutal.

Coincidências amargas

Em 2022, Waguinho Dias foi demitido após a sétima rodada da Série B. Luan Carlos, vice-campeão catarinense contra o Brusque, assumiu na oitava rodada. Durou 20 jogos na Série B e foi demitido após a 27ª rodada.

O ataque do Brusque era tenebroso. Os artilheiros era Diego Jardel e Alex Sandro, com três gols cada. Ao fim da 25ª rodada, a equipe tinha 18 gols marcados. Só faria mais três até o fim do campeonato e terminou com o pior ataque da história da Série B de pontos corridos.

Em 2024, Luizinho Lopes foi demitido após a sexta rodada da Série B. Luizinho Vieira, campeão da Série C de 2023 em cima do Brusque, assumiu na sétima rodada. Durou 20 jogos (19 na Série B e um na Copa do Brasil) e foi demitido após a 25ª rodada.

O ataque do Brusque é tenebroso. O artilheiro é Rodolfo Potiguar (sim), com três gols. Ao fim da 25ª rodada, a equipe tem 16 gols marcados.

Sabe o que isso significa? Tomara que não signifique absolutamente nada.

Diferenças

Na janela de transferências do inverno de 2022, o Brusque foi terrivelmente modesto. Contratou, de fato, três jogadores: Paulo Baya, Patrick e Franklin Mascote. Em 2024, iniciando com um plantel com ainda menos grife, trouxe nove jogadores. Dois deles, estrangeiros com experiência no campeonato uruguaio e na Libertadores.

Em 2022, o aproveitamento do Brusque como mandante era muito semelhante ao atual, mesmo jogando longe do Augusto Bauer. No entanto, como visitante, o quadricolor tem atualmente seis pontos (sem vitórias), contra nove no mesmo período de 2022.


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Com bailão e danceteria, Shopping da Tradição trouxe shows de música gaúcha a Brusque:


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