O grande sonho de Karla Fischer sempre foi ser mãe. Quando engravidou, aos 31 anos, decidiu se dedicar de corpo e alma à gravidez e às filhas gêmeas, que nasceram em 2001. Por dez anos, ela abdicou de sua vida profissional para se dedicar à criação e educação das meninas.

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Quando as filhas mais velhas, Anna Júlia e Anna Carolina, estavam com dois aninhos, Karla descobriu que estava grávida novamente. Dessa vez, foi um susto: eram, mais uma vez, gêmeas. Porém, com um mês e meio de gestação, seu organismo absorveu uma das crianças, e ela gerou a filha mais nova, Anna Dora.

Segundo Karla, o medo foi maior na segunda gravidez do que na primeira, pois ela já tinha as duas pequenas. Mas, se pudesse e se o marido topasse, ela garante que teria tido mais filhos. “Uma coisa que minha mãe me disse quando eu engravidei pela primeira vez me marcou muito. Ela falou que, quando se é mãe, se é mãe pelo resto da vida.”

Para ela, o maior desafio na criação das três meninas sempre foi a educação, porém, esse trabalho se tornou menos difícil com o apoio constante de sua família. Durante cinco anos, Karla morou com a mãe, e a vovó das três meninas ajudou muito a cuidar das netinhas.

Quando voltou a trabalhar, as filhas mais velhas estavam com dez anos, e a mais nova, com oito. Ela retornou à vida profissional aos poucos, assumindo um trabalho de meio-período em uma creche. “Mas criança não tem botão de ‘on’ e ‘off’, você não pode desligar elas. Tem que ter dedicação, e muitas vezes abdicar de coisas pessoais e profissionais para poder cuidar e educar os filhos.”

Karla ressalta a importância da família e da presença dos pais na educação dos filhos. | Foto: Natália Huf

Antes de assumir esse emprego, ela conta que ficou muito em dúvida sobre não ficar mais com as meninas o dia todo. Mas contou com o apoio do marido, que a incentivou muito a voltar ao trabalho. “Ele sempre lembrava que as meninas vão crescer e criar asas. Elas vão pro mundo e nós vamos ficar com o ‘ninho vazio’. Somos muito apegadas, eu e elas, ano passado foi a primeira vez que fiquei longe delas por 15 dias.”

Karla conta que, quando tinha 21 anos, morou por nove meses na Alemanha. Na época, ela ligava para os pais uma vez por semana. “Para eles, com certeza era mais difícil ter a filha longe do que é para mim hoje. Temos muitas tecnologias que permitem que a gente fique sempre em contato.”

Ela garante que a participação do marido foi essencial na criação das filhas, e percebe que essa presença da figura paterna é algo recente nas famílias. Para ela, essa união da família é a base e o mais importante para que as crianças cresçam com os valores corretos. “Amor é o que a gente sente quando os filhos nascem. É um amor diferente, que fica sempre em primeiro lugar.”


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