O Município na História – Parte 8
02/07/61 – A conquista do espaço
Li, outro dia, em notícia que fez volta ao mundo, que alguém estranhava se lançar o homem à conquista do espaço quando tantos ainda são os males terrenos a afligirem o homem: fome, câncer, desajustamento social, etc.
A prevalecer tal raciocínio, a humanidade não teria ainda emergido das cavernas glaciais, preocupando-se com a carne de todo o dia, as contusões de caça, desavença entre outras afeições que nunca deixaram o homem de qualquer época.
A Europa debatia-se ainda na noite feudal com terríveis epidemias que lhes desbastavam a população, quando D. Henrique, da ponta da História da trama naval, lançava sobre a imensidão azul do Atlântico os males da ariana gente, mas aquele olhar contemplativo e duro rompeu às águas, dando mundos novos a humanidade.
O homem, com a graça de Deus é dotado de uma curiosidade insaciável e versátil, devastando mares, mergulhando nas águas, alterando-se os céus, rompendo geleiras, morrendo de sede do deserto, devastando selvas, ao impulso da ânsia de ver, conhecer e saber o Ignoto…
22/07/61 – Filmes que se anunciam
Surpreendeu-me a programação “para breve” de dois pontos altos da cinematografia Universal “Uma Cruz A Beira Do Abismo” e “A Doce vida”. E dado o interesse da discussão que tais filmes despertavam achei que poderia prevenir os interessados. Preveni-los, é verdade, não sob os pontos de vista, Seria um nunca acabar, e meu objetivo é mais restrito. Refiro-me ao valor moral e a possível repercussão social dos filmes em apreço.
“Uma Cruz Na Beira Do Abismo” tem em inglês o título mais direto e, por isso, mais sugestivo “História de uma freira”. Estrelado pela notável Audrey Hepburm. Apesar do direito não ser católico, as coisas católicas são interpretadas com respeito e cuidado.
E “A Doce Vida”? Em Porto Alegre, o arcebispo escreveu um artigo precavendo a turba-multa dos que vão ao cinema para “ver” (…“society” de Roma. Sim, de Roma, capital da Itália, capital do mundo católico). De ridículo de entrelismo, de escândalos da imprensa “marrom”, de aberrações de histerismo religioso etc, etc…