O ano era 1995 quando Isabel Cristina Gonçalves teve seu primeiro filho. Ainda muito jovem, ela trabalhava fora em tempo integral e, aos 20 anos de idade, estava com a cabeça nas festas e baladas. Mas ela foi pega de surpresa por uma gravidez totalmente inesperada, e a responsabilidade que vem com a maternidade.

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Quando o filho mais velho nasceu, Isabel pôde contar com a ajuda de sua mãe, que cuidou do menino pelos primeiros anos. Porém, quando a avó da criança adoeceu, Isabel precisou começar a levá-lo à creche onde trabalhava. Lá, o filho de três anos passava o dia com ela. Após o falecimento de sua mãe, Isabel sentiu, de fato, o peso da maternidade.

“Foi difícil. A partir daí, eu precisei tocar o barco sozinha”, diz, emocionada. Foi aí que ela passou a tomar conta também de seu irmão caçula que, na época, estava com 12 anos de idade. Ele morava junto com Isabel e o filho, e era ele quem cuidava da criança enquanto Isabel saía trabalhar. O pai do menino não assumiu a paternidade e não foi nenhum pouco presente na criação dele.

Em 1999, mais uma vez, Isabel engravidou. Ela conta que a filha teve um pouco mais de sorte: o pai dela foi presente, assim como a avó paterna, que ajudou muito durante a gravidez e também com o enxoval.

Sem o apoio do pai do filho mais velho, Isabel criou o menino com a ajuda de familiares. | Foto: Natália Huf

Quando a menina era pequena, Isabel trabalhava numa escolinha no bairro Jardim Maluche. À época moradora do Bateas, ela fazia o trajeto de bicicleta, diariamente. “Eu levava minha filha junto. Ela ia na garupa, fizesse sol ou debaixo de chuva. Na volta, ela vinha sempre dormindo”, conta ela, sorrindo com a lembrança.

Dos 8 aos dez anos, a filha foi morar com a família do pai. “Mas eu não aguentei de saudade, e fui buscá-la”, conta Isabel, que, naquele tempo, estava morando com o namorado. “Meus sogros não queriam que meus filhos morassem conosco, então, eu terminei o relacionamento. Meus filhos vêm sempre em primeiro lugar.”

Mesmo com todas as dificuldades, Isabel criou os filhos por conta própria, mas também com a ajuda da família. A mãe e o irmão estiveram presentes nessa jornada, que não foi fácil para ela. “Com os pés firmes no chão, a gente tem que seguir em frente.” Pés firmes, cabeça erguida e muito, muito amor de mãe pelos filhos que ela cuidou e educou com tanto carinho.


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