O que falta para Brusque ter um serviço público de coleta de entulho de residências

População não tem como descartar itens como móveis e eletrônicos sem pagar por isso

O que falta para Brusque ter um serviço público de coleta de entulho de residências

População não tem como descartar itens como móveis e eletrônicos sem pagar por isso

A discussão sobre o destino correto de entulhos, como móveis e eletrodomésticos, está em pauta na Câmara de Brusque. O vereador Marcos Deichmann fez o pedido para implantar no município o serviço ou um ponto de coleta destinado a estes materiais, como nos moldes do projeto Ecoponto, desenvolvido pelo Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi).

Segundo o Cimvi, dos 15 municípios consorciados ao Cimvi, 11 já implantaram a iniciativa. Brusque não faz parte do consórcio, porém o modelo pode ser replicado em outras cidades, com o apoio das prefeituras. 

O vereador fez o pedido à Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí (Agir), para que faça a regulamentação de empresas para prestarem o serviço; ao Cimvi para que sejam retomadas negociações com o município para o projeto, e ao prefeito Jonas Paegle, para que adote medidas para suprir a falta de coleta de resíduos e entulhos não atendidos pela coleta domiciliar e por serviços particulares.

O requerimento do vereador foi aprovado em sessão, no dia 11 de fevereiro. Na ocasião, Deichmann salientou que a empresa contratada para a coleta em Brusque só recolhe lixo orgânico e recicláveis, pela coleta seletiva.

“Agora, eles não possuem mais o serviço de caçamba de entulho. Isso nem era feito em âmbito municipal, era feito particular, mesmo sendo da Recicle. Hoje, o que falta na cidade é o tipo de coleta de entulho”, comenta. 

Segundo Deichmann, caso não seja viável para a empresa fazer essa coleta, é necessário que exista um ponto específico para que a população possa levar este tipo de material. Para isso, de acordo com ele, a prefeitura precisaria disponibilizar um terreno para um Ecoponto.

Ele conta que a ideia surgiu após participar de discussão sobre o impacto dos entulhos, como sofás e eletrodomésticos, em tubulações e boca de lobo. O descarte incorreto prejudicou a drenagem do município e causou mais estragos durante as fortes chuvas desta estação.

“Agora, com a proposta, é responsabilidade do município e do Cimvi para que tomem as devidas providências, nós vamos continuar cobrando”, completa.

Dificuldades no município

O vereador comenta que, hoje, se uma família quiser se livrar de um móvel, precisa desembolsar R$ 350 para uma coleta por meio de caçamba. “Eles precisam destinar para outro local, que é Blumenau, e hoje Brusque não tem um terreno para isso”, diz. 

O superintendente da Fundação do Meio Ambiente de Brusque (Fundema), Cristiano Olinger, relembra de ações realizadas para coleta nos bairros. Trata-se de uma ação em outubro do último ano, que também limpou alguns pontos utilizados como descarte.

Naquela ocasião, chamada de Dia da Limpeza, foram recolhidos 185 toneladas de entulhos em quatro bairros de Brusque. Promovido pelo Programa de Combate a Endemias da Secretaria de Saúde do município, os materiais foram recolhidos pela Secretaria de Obras.

Contudo, caso seja criado um ponto de coleta na cidade, Olinger destaca a necessidade de um estudo detalhado e aponta a perspectiva ao Plano de Resíduos Sólidos, que está sendo construído no município. 

“Dentro desse plano, podemos mostrar os melhores locais para serem pontos de coleta. Eu acredito que podemos ter um local que o próprio cidadão possa levar o seu entulho, mas também criar campanhas de ir até as casas para o recolhimento, porque nem todos têm a consciência de levar o seu lixo até o ponto de coleta. Ajudaria, mas teria que ser uma coisa conjunta”, explica. 

Atualmente, o Plano está na fase do diagnóstico, com levantamento de dados. “Aí poderemos prever quais serão as melhores soluções para os próximos anos”, finaliza. 

Ecoponto já funciona em Botuverá e em Guabiruba

Cimvi/Divulgação

Os municípios de Botuverá e Guabiruba foram dois dos que aceitaram instalar o Ecoponto, com projeto do Cimvi. Em Botuverá, o serviço funciona desde agosto de 2019 e está localizado nas margens da SC-486, ao lado da prefeitura.

O prefeito José Luiz Colombi, o Nene, avalia o projeto como importante para a cidade, pois muitos materiais já foram entregues. “Mas ele é só um passo de um projeto inteiro que estamos iniciando agora, que é a conscientização sobre a coleta seletiva, que deve ocorrer entre 30 e 45 dias”, conta.

Colombi explica que a prefeitura promoverá duas coletas durante a semana, uma para lixo orgânico e outra para lixo reciclável. Serão entregues quatro sacos, já licitados, para cada família. Então, o Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi) passará para a coleta do lixo seco, que será encaminhado para a triagem em Timbó. 

Além disso, serão feitas audiência públicas nas comunidades para a explicação sobre a coleta, a separação do lixo e o papel do Ecoponto. 

Ele adianta que está sendo estudado em Botuverá um outro novo projeto: a entrega de baldes para as famílias uma vez por semana, para colocar o lixo orgânico.

“Vamos estar fazendo uma compostagem grande, dentro do terreno da prefeitura, com acompanhamento de um funcionário da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) e um funcionário da prefeitura”, conta. 

Inicialmente, a ideia é que o projeto-piloto inicie nos bairros Centro, gabiroba e Ribeirão do Ouro. O prefeito explica que o propósito é a criação de adubo, para depois retornarem para as famílias. 

Em Guabiruba, a instalação foi em dezembro de 2019. O Ecoponto está localizado na rua Paulo Kormann, junto à garagem municipal. 

Segundo o prefeito Matias Kohler, ainda falta a finalização do processo, com a instalação até março da cobertura do espaço. Assim, para que a população possa fazer a entrega com mais conforto praticidade, como em dias de chuva.

Dois meses após a instalação, Kohler conta que o Ecoponto funciona bem. “Está começando a trazer um bom resultado, pois as pessoas que tem a necessidade de fazer esse descarte, hoje, têm um destino adequado para esses produtos”, avalia.

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