O que foi falado durante primeiras horas do julgamento de homem que assassinou bebê e mulher em Blumenau
Júri popular iniciou por volta das 9h e muitas pessoas estão presentes no Fórum
Júri popular iniciou por volta das 9h e muitas pessoas estão presentes no Fórum
O julgamento de Kelber Henrique Pereira, acusado de matar a companheira Jéssica Mayara Ballock, de 23 anos, e o filho de três meses, Théo, iniciou na manhã desta quarta-feira, 22, por volta das 9h. O crime ocorreu no dia 24 de julho de 2022, em Blumenau.
Muitas pessoas estavam presentes no tribunal para acompanhar o julgamento, como os membros da família, estudantes de Direito e moradores de Blumenau. Os membros da família das vítimas estavam muito abalados e emocionados com o julgamento e não quiseram conversar com a imprensa.
Sete jurados foram selecionados para compor o júri popular e antes de iniciar o julgamento eles foram instruídos pelo juiz do caso, Eduardo Passold Reis.
O promotor responsável pelo caso é Carlos Alberto da Silva Galdino, da 9ª Promotoria de Justiça de Santa Catarina. Já o advogado de Kelber é Rodolfo Warmeling.
O delegado responsável pela investigação do caso, Ronie Esteves, foi a primeira pessoa a ser ouvida. Ele informou que esse foi um caso chocante, devido à cena do crime e todo o contexto do caso.
O delegado começou o relato informando que no dia do crime uma pessoa ligou na Central de Polícia para informar que havia matado a esposa. No entanto, em nenhum momento a denúncia informava sobre a morte do bebê.
Os policiais se deslocaram ao endereço e não tiveram retorno dos moradores quando bateram na porta. Eles forçaram a entrada na residência e encontraram várias gotas de sangue pelo corredor. A casa era pequena e, segundo o relato do delegado, as vítimas foram encontradas sem vida no quarto. A mulher estava caída no chão e o bebê estava na cama.
O delegado acrescentou que inicialmente os policiais não sabiam da segunda vítima, e que a denúncia não informou sobre a morte do bebê. A equipe só tomou conhecimento da segunda vítima quando chegou ao local do crime.
A arma do crime foi uma faca. Em depoimento para polícia, Kelber teria informado que estava sob efeito de drogas quando o crime ocorreu. O laudo da polícia indica que ele passou a faca no pescoço da vítima mais de uma vez, e quase decapitou a companheira. Com a mesma força ele agrediu o bebê.
Diante dos fatos e com informações sobre o carro de Kelber, a Polícia começou a realizar buscas pelo homem. Ele foi para Bragança Paulista, em São Paulo, e dormiu na casa de um conhecido. Ele estava com a criança mais velha do casal.
Kelber teria ido para um escritório de advocacia onde teria feito uma gravação confessando o crime. Ele também teria informado que entregaria o filho desde que fosse entregue para a mãe dele, em Minas Gerais. Segundo o delegado, Kelber, que até então estava disposto a se entregar, mudou de ideia, trocou de carro e voltou para São Paulo. Ele foi preso após alguns dias em Paulina (SP).
O delegado também disse que o autor do crime afirmou no depoimento que sabia o que havia ocorrido antes e depois do crime, mas relatou que teve um apagão no momento do crime. Depois, Kelber decidiu revelar os detalhes para o delegado.
Após passar o dia na casa do sogro, Kelber teria comprado drogas, mas como a companheira não concordava com isso, ele teria usado uma parte e jogado o restante das drogas fora. Depois disso o casal foi dormir.
Ao lado da cama do casal tinha um berço onde Theo dormia, Jessica deitava ao lado do berço, Kelber no meio e o filho mais velho na outra ponta da cama. Segundo o delegado, a criança estava presente no momento do crime.
O delegado conta que em determinado momento da noite, Kelber acordou e agarrou a companheira pelo pescoço, e também arrastou a vítima para o chão. Ele foi até a cozinha pegar uma faca, retornou ao quarto e passou a faca no pescoço de Jéssica. Segundo o delegado, o laudo mostra que ele esfaqueou a vítima mais de uma vez e com muita força.
Após matar a companheira, o bebê começou a chorar muito. O autor teria tirado o bebê do berço, colocado na cama e também passou a faca pelo pescoço. Segundo o delegado, por pouco ele não decapitou a criança. O delegado não tem dúvidas que o filho mais velho presenciou os crimes. Após os assassinatos, o autor teria escolhido algumas roupas e fugido com a criança mais velha.
O delegado reforçou que Jessica era contra o uso da droga por parte do companheiro. Ele também comentou sobre o caso da garota de programa que foi encontrada morta em Gaspar e que estava com Kelber em um hotel no dia do nascimento do filho mais novo. No entanto, este caso não é julgado no momento, visto que ocorreu em Gaspar.
O delegado relatou que Jessica era muito reservada e que apesar dos questionamentos da família sobre a relação com Kelber, ela nunca teria informado nada sobre possíveis violências sofridas.
A defesa também questionou o delegado. O advogado perguntou sobre relatos de casos de violência doméstica. Segundo o delegado, apesar da vítima nunca ter relatado, a família desconfiava.
Uma vizinha também teria relatado que ouviu uma discussão entre o casal, mas segundo o delegado, o horário da discussão não bate com o horário do crime.
O delegado diz que o autor não explicou o motivo de não ter assassinado o outro filho e negou que teria preferência entre as crianças. O delegado ainda acrescentou que após Kelber matar a companheira, a criança começou a chorar muito, algo que teria deixado o autor muito incomodado, Com isso, Kelber também decidiu também matar o bebê.
O julgamento pode ser longo, visto que as testemunhas apresentarão seus depoimentos, a acusação e a defesa farão os pronunciamentos, e o júri dará o veredito.
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