OAB-SC auxilia advogados de oficina investigada
Entidade atuará como assistente de Dantes Krieger Filho e Ianderson Anacleto, acusados de interferir em investigação do MP-SC
Entidade atuará como assistente de Dantes Krieger Filho e Ianderson Anacleto, acusados de interferir em investigação do MP-SC
A Ordem dos Advogados do Brasil – seccional de Santa Catarina (OAB-SC) peticionou no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) uma solicitação para auxiliar na defesa dos advogados Ianderson Anacleto e Dantes Krieger Filho. Os dois, que defendem a NIT Clínica Automotiva nas ações movidas pelo Ministério Público (MP-SC) contra a oficina, são acusados de conduta antiética no transcorrer no processo.
A NIT, que tem o nome fantasia de Speed Clínica Automotiva, é suspeita de participar de um esquema que fraudava a prestação de serviços de oficinas para a Prefeitura de Brusque. A 4ª Promotoria de Justiça do MP-SC é quem está movendo os processos contra José Luis Vargas e João Alexandre Vargas, proprietários da mecânica. Eles são defendidos por Krieger e Anacleto.
No fim do ano passado, o promotor Daniel Westphal Taylor, impetrou no TJ-SC mandado de segurança para garantir a prisão preventiva dos advogados da oficina e de seus donos por considerar que eles poderiam interferir na apuração. O promotor sustentou que Dantes Krieger Filho e Ianderson Anacleto tentaram interferir no processo de apuração do Ministério Público. O pedido foi negado pelo desembargador Getúlio Corrêa, do TJ-SC.
De acordo com documentos do processo, o Ministério Público argumentou no mandado de segurança que Krieger e Anacleto chegaram a abordar testemunhas nos corredores do Fórum de Brusque. Em alguns casos, segundo o MP-SC, gravações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) apontam que os dois advogados abordaram testemunhas a fim de que elas alterassem seus depoimentos.
Após estes fatos, o MP-SC enviou à OAB-SC ofício pedindo que as condutas dos dois advogados fossem investigadas. Ao Município Dia a Dia, Ianderson Anacleto negou que tivesse agido de forma antiética e disse que lhe parecia que o promotor estava tentando desestabilizar a defesa. Ambos os acusados pediram assistência da Ordem dos Advogados.
O vice-presidente da OAB-SC, Marcus da Silva, diz que um dos pilares da entidade é a defesa das prerrogativas dos advogados e que neste caso a entidade está intervindo no sentido de acompanhar o caso. “O ponto de vista da ordem é que, sem entrar no mérito, eles são dois advogados idôneos e eles atuam conforme o direito. E não podem, eventualmente, sofrer qualquer pressão em razão da advocacia. Esta é uma garantia constitucional não só deles, mas de toda a sociedade”, afirma.