Onde o futebol resiste
A arte de jogar futebol enfraqueceu com o passar dos anos. Os estádios, antes sempre abarrotados com torcedores de todas as camadas sociais, muitos deles nos setores gerais, viraram elitizadas arenas que passaram a cobrar valores muitos altos pelo que se tornou o privilégio de acompanhar o time do coração. Jogadores de futebol passaram a receber salários astronômicos e deixaram de ser ídolos populares para virarem ferramentas de publicidade para marcas de toda a sorte de produtos.
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Mas em algumas partes do Brasil – onde valores como comunidade, trabalho e humildade ainda se destacam perante o universo material – o futebol resiste, como uma pequena planta que consegue germinar em meio à estrada concretada. Brusque deu este exemplo no sábado: mais de 500 pessoas foram ao Augusto Bauer em um sábado chuvoso para ver o retorno do Carlos Renaux, com direito a goleada perante o frágil Porto.
Famílias reunidas com avôs, filhos e netos aplaudiram, vibraram e deram um exemplo de educação no estádio. O time, com ombridade dentro de campo, correspondeu com gols, defesa sólida e o primeiro lugar no Grupo B. No gramado estavam jogadores jovens, atletas mais experientes e até mesmo moradores da cidade, que ganharam a chance de experimentar o futebol profissional.
O caminho ainda é árduo e incerto, mas depois de sábado, foi possível ver que o trabalho feito no Carlos Renaux é levado a sério. E vai, cada vez mais, ser correspondido na arquibancada.
Novas gerações
Engana-se quem pensa que apenas os saudosistas visitaram o Gigantinho no sábado. Aí está o Carlos Eduardo, de 9 anos, prestigiando o clube o qual joga pela categoria Mirim, representando a categoria da nova geração de tricolores. Ele foi ao estádio com os pais e o avô Abrão Colzani, não esquecendo de usar a camisa azul do clube para fortalecer a torcida.
Parecia futsal…
Os placares das partidas da Série C demonstraram que poucos clubes levam a competição a sério. Foram quatro goleadas nas quatro partidas: Carlos Renaux 7×0 Porto, Curitibanos 0x7 Itajaí, Jaraguá 0x4 Caçador e Próspera 5×0 Orleans. Até parecem placares de futebol de salão. O próximo desafio do Vovô, contra o Caçador fora de casa, será mais disputado com certeza.
Planos de governo (1)
Dei uma boa lida no que há de projeto para o esporte catarinense por parte dos candidatos a governador do estado. É um mar de superficialidade. Na maioria dos casos não há itens com programas específicos e detalhados, resumindo-se a prometer coisas como “criar condições para que toda a população catarinense possa desenvolver um estilo de vida saudável por meio do esporte” (Mauro Mariani, MDB). Há casos também em que o candidato diz que criará coisas que já existem, como “promover jogos, torneios e lazer para a terceira idade” (Leonel Camasão, PSOL).
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Planos de governo (2)
Entre os mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto, quem sai atrás é Décio Lima (PT), que apresenta apenas três itens em favor do esporte em um documento de 21 páginas. Há casos extremos, como no documento da candidata Ingrid Assis (PSTU), em que a palavra ‘esporte’ não é encontrada sequer uma vez. Um descaso. Nem mesmo na dimensão nebulosa das promessas o esporte – ferramenta de inclusão social, promoção de saúde e formação de caráter – é levado a sério em Santa Catarina.
Vitórias na mesa
O futebol de mesa, também chamado de futebol de botão, foi um fenômeno entre as décadas de 1960 e 1990, e até hoje encontra adeptos, embora em menor número. Na imagem está o brusquense Nelson Bertolini, o Nelsinho, representando a Associação Brusquense de Futebol de Mesa no décimo primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade. O ano é 1984, e a competição foi realizada em Santana do Livramento (RS).