Orgulho da comunidade, clube Continental supera o tempo e se mantém ativo em Guabiruba

Clube tem trajetória vencedora no futebol e também de eventos que marcaram o bairro Imigrantes em 55 anos de história

Orgulho da comunidade, clube Continental supera o tempo e se mantém ativo em Guabiruba

Clube tem trajetória vencedora no futebol e também de eventos que marcaram o bairro Imigrantes em 55 anos de história

Fundado em 1968, o clube Continental, que fica no bairro Imigrantes, em Guabiruba, resiste ao tempo e mantém suas atividades que orgulham os sócios e a comunidade local. Como time de futebol, venceu o primeiro campeonato municipal em 1971, foi palco de grandes eventos e ainda hoje sobrevive, agora com uma nova configuração, mantendo a tradição de um nome forte no município.

Hoje com 64 anos, Antonio Kraeft, o Toninho, como é conhecido no bairro, é um dos fundadores e, recentemente, passou a presidência do clube para seu filho, Alexsandro, mas segue envolvido na vida do Continental. Ele conta que o terreno onde fica a estrutura foi comprado por 3,5 mil dólares de seu primo, Julio Schaefer, com muito esforço da comunidade, o que, apesar das dificuldades, criou um senso de pertencimento.

“Ele nos deu nove anos para pagar, mas chegou no último e ainda não tínhamos pago. Então fizemos promoções e conseguimos terminar”.

Depois disso, o clube cresceu. Um novo terreno foi comprado para ampliar o espaço e, aos poucos, foram construídas estruturas, como a cancha de bocha e uma quadra de futsal (que hoje não existe mais).

O time de futebol, que jogou inclusive na Liga de Brusque antes da emancipação de Guabiruba, porém, parou de ser montado após perder seus principais jogadores para outros times. “Tinha muita gente da família e também das redondezas do bairro. Muitos bons jogadores vieram do nosso time, do nosso bairro, da nossa geração. Sempre tivemos um time bom”. O clube, que chegou a ter mais de 85 sócios, porém, seguiu sendo um ponto de encontro e de confraternização no bairro.

Continental venceu o título municipal em 1971 | Foto: Arquivo pessoal

Orgulho da comunidade

Quando foi criado, o clube demorou para ter um nome estabelecido. E a inspiração foi curiosa. “Nós não sabíamos que nome colocar para participar do municipal, e meu primo puxou um maço de cigarro, que chamava Continental. Foi daí que surgiu”.

Toninho destaca que sua família foi essencial desde a fundação para que o clube se mantivesse de pé. Sua história de vida se confunde com a do Continental, e ele foi presidente por anos antes de passar o cargo para o filho.

Para se manter, o clube fazia as chamadas promoções, eventos gastronômicos, com comida típica, café colonial, costelaço e feijoada, onde vendia os cartões com antecedência e promovia um encontro que envolvia a comunidade e garantia a sobrevivência do Continental. Toninho conta que alguns eventos tiveram mais de 300 participantes.

“Tínhamos uma equipe muito boa, com poucas pessoas, mas trabalhadoras. Não sei como conseguimos, mas fizemos promoções, eventos e conseguimos crescer. Conseguimos ampliar, fazer a cancha, os banheiros, a cozinha. Eu realmente fico pensando, se fosse hoje para fazer uma sede dessas, seria bem complicado”, conta.

Cancha de bocha é uma das estruturas do clube | Foto: Bruno da Silva/O Município

As dificuldades para manter uma estrutura como essas funcionando e o tempo utilizado para manutenção são desgastantes, mas as memórias afetivas e o orgulho de ver o clube funcionando fazem com que eles continuem perseverando.

“Antes de falecer, o meu primo, que já estava bem mal de saúde, foi até a minha casa com a filha, me chamou e disse para eu não deixar o clube acabar”, lembra. “Me dediquei muito, é uma grande paixão minha”.

Momento atual e retorno ao futebol

A pandemia foi um golpe duro no Continental, que viu os sócios se desmobilizarem, e o clube passou por dificuldades. Toninho lembra que ele teve que tirar dinheiro do bolso para manter o clube e recorda que sua esposa, Terezinha, também se empenhou para ajudar a manter as estruturas. “Nós seguramos tudo aqui durante a pandemia. Teve um vendaval, que derrubou kalhetão e a gente consertou. Eu não tinha mais condições”.

Diante deste panorama, eles tiveram que tomar uma medida custosa para alguns sócios, mas necessária para a manutenção do Continental: a parceria com um ecônomo, que instalou um restaurante, cuida da manutenção e organiza as reservas para eventos.

“Estamos servindo almoço e lanche à noite e está sendo legal. Estamos tentando divulgar também, muitas pessoas ainda não sabem que estamos aqui no Continental. O clube estava fechado há muito tempo. Devagarinho, nós vamos crescendo”, destaca Juka Lemos.

Juka assumiu a responsabilidade de cuidar do Continental, com a confiança de Toninho | Foto: Bruno da Silva/O Município

Além do restaurante, Juka também reativou o time de futebol do Continental, que foi até as quartas de final do campeonato municipal do ano passado depois de três décadas afastado das competições de futebol de campo. “Ele já tinha um time e eu disse para ele usar a nossa marca, íamos ajudar como podíamos. E foi um sucesso”, conta Toninho.

Juka então foi em busca de patrocinadores e dos jogadores e, para esse ano, a intenção é que o Continental vá ainda mais longe em 2024. “Queremos, desta vez, chegar pelo menos entre os quatro melhores”.


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