Os candidatos de Brusque no Facebook e o papel da internet nas eleições

Concorrentes apostam nas redes sociais para conquistar o eleitor em apenas 45 dias

Os candidatos de Brusque no Facebook e o papel da internet nas eleições

Concorrentes apostam nas redes sociais para conquistar o eleitor em apenas 45 dias

Todos os candidatos de Brusque a uma vaga na Câmara dos Deputados ou na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc) têm presença no Facebook, a principal rede social no momento. Com pouco tempo de campanha e só alguns segundos na TV aberta, eles apostam na internet para conquistar o voto do eleitor.

Veja também:
Em 13 anos, população de Brusque contribuiu com mais de R$ 2,6 bilhões para o INSS

Dispersão de votos e quociente eleitoral: os desafios para os candidatos de Brusque

Prefeitos da região definem voto para presidente

 

Levantamento de O Município, realizado na tarde de terça-feira, 25, mostra a presença dos candidatos nas redes sociais. Foram contabilizados todos os perfis do candidato, porque em alguns casos existe mais de um devido ao primeiro já estar lotado.

As páginas do candidato também foram somadas. Em alguns casos, o candidato possui mais de uma página, por já ter presença na rede social de outras campanhas. Todas foram consideradas, desde que fossem em nome do concorrente.

Sabrina Avozani, candidata a deputada federal pelo NOVO, tem o maior número de curtidas em uma página: 17.022. Ela possui ainda 5.609 amigos em perfis. É a maior presença no Facebook entre os 17 candidatos.

A página de Sabrina foi criada em fevereiro deste ano, por isso o grande número de curtidas. Ela também tem presença marcante nos seus perfis, que são mais antigos.

O segundo mais “popular” é Paulo Eccel, candidato a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores, com 12.319 curtidas e 9.796 amigos. O ex-prefeito e ex-deputado estadual também tem presença constante nas redes sociais há anos.

Redes sociais representam alternativa viável para candidatos

A reforma eleitoral introduziu alguns ingredientes na campanha eleitoral deste ano: por um lado os candidatos podem pagar para impulsionar posts nas redes sociais, por outro, o período de campanha caiu para só 45 dias e o tempo do horário político na televisão e rádio foi drasticamente reduzido.

Para Moisés Cardoso, professor da Furb, especialista em Novas Mídias, Rádio e TV e doutorando em Comunicação e Linguagens, o grande trunfo desta campanha deverá ser a publicação paga, já que o Facebook mudou seu algoritmo, que agora prioriza amigos e familiares.

“O grande diferencial desta campanha em relação à anterior é o impulsionamento dentro das redes sociais”, afirma.  Todos os posts impulsionados por políticos precisam estar identificados e informar o CPF ou CNPJ do responsável pelo conteúdo, conforme a legislação eleitoral.

Essa mudança coloca um mundo de possibilidades à frente dos candidatos. A internet tem avançado e está praticamente universalizada na região de Brusque, o que não é a realidade noutros cantos do país.

“Temos mais da metade da população brasileira conectada à internet e desse total 98% possuem pelo menos um perfil em uma rede social. Também são canais onde se é possível atingir um grande número de eleitores de forma rápida e simultânea, complementando canais tradicionais como a TV aberta”, avalia a consultora de marketing digital Camila Renaux.

Embora seja uma alternativa para que os candidatos se apresentem ao eleitor, Cardoso pondera que não é uma ferramenta de democratização porque aparece mais quem tem mais recursos.

“Se a minha campanha é feita sem dinheiro, o online também vai ser feito sem dinheiro. O candidato que tem mais dinheiro na campanha vai conseguir ter um destaque maior no digital. Não democratizou, muito pelo contrário, continua a ser um local com distanciamento”, diz  o especialista.

Estratégias
A rede social começou a ganhar mais espaço nas campanhas a partir de 2008, na candidatura de Barack Obama a presidente dos Estados Unidos. Desde então, o seu uso foi melhorado, e um bom exemplo disto é Donald Trump, que se elegeu presidente em 2016.

Segundo Cardoso, atualmente as redes sociais já permitem a microssegmentação. O candidato consegue direcionar a um público muito específico determinada mensagem.

“Um candidato pode fazer um anúncio com cores de Brusque, com locutor com sotaque característico brusquense, por exemplo. Assim como pode fazer para o interior do estado”, exemplifica.

Esse tipo de estratégia é mais avançada, exige conhecimento e dinheiro para impulsionamento. Já tem sido usada por alguns candidatos, mas nem sempre é este caso, já que alguns não sabem como usar o potencial da internet.

“Um grande empecilho é a atuação pouco estratégica em redes sociais, sem entendimento do verdadeiro objetivo de estar lá”, declara a consultora de marketing digital.

Camila diz que a rede social é local de interação, portanto, o candidato deve ouvir, esclarecer dúvidas e atuar com transparência. “Tratar as redes como propaganda pura, fazendo dos perfis meros ‘santinhos digitais’ são erros que nenhum eleitor que ver.”

Inclusão
Além do Facebook, Instagram, Twitter, o WhatsApp é um importante canal de disseminação dos conteúdos dos candidatos. De acordo com a pesquisa TIC Domicílios 2017, 61% da população brasileira têm acesso à internet, e o uso do celular tem grande penetração.

Veja também:
Eleitores não podem ser presos a partir desta terça-feira

Procurando imóveis? Encontre milhares de opções em Brusque e região

Confira os preços das comidas e bebidas da Oktoberfest Blumenau 2018

Cardoso diz que alguns partidos já estão ligados nesta tendência e há tempo trabalham de forma profissional o uso do aplicativo de mensagens para espalhar seus vídeos.

O WhatsApp tem a vantagem de ser muito simples de mexer e de exigir pouco esforço por parte do receptor. Além disso, pessoas menos instruídas conseguem usá-lo somente com áudios e vídeos. É fator importante num país com boa parte da população de analfabetos funcionais.

No caso das campanha presidenciais, que precisam atingir todo o país, a internet ainda tem limitações. Segundo a pesquisa, um terço da população não tem acesso à web.

O percentual é ainda menor nas áreas rurais, onde pouco mais de 30% das residência têm internet. O uso da rede mundial ainda é elitizado, concentrado basicamente nas áreas urbanas e entre as classes A, B e C.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo