Ouviram do Ipiranga…
Acompanhei, mais ou menos de perto, durante a semana passada, a enorme e desnecessária polêmica sobre a declaração do Ministro da Educação, Velez Rodriguez, sobre o Hino Nacional nas escolas. Já vinha planejando, há algumas semanas, escrever sobre isso, bem antes da fala do ministro. Minha intenção foi atropelada pela fala e a polêmica, e minha resposta foi antecipada, em grande parte, pela coluna do Alexandre Garcia, da última sexta-feira, com quem concordo em gênero, número e grau. Mas não serei omisso em também comentar o tema, até porque estou de olho no Ministério da Educação, e não posso ignorar o que vem de lá.
Em primeiro lugar, o ministério tem uma tarefa muito maior que a de restabelecer o hábito de cantar o Hino Nacional e hastear a bandeira. De seu desempenho depende recuperar uma escola falida, muito aquém de suas atribuições, inobstante os esforços de tantos que estão envolvidos diariamente nessa faina. Gostaria de ver revogada a Base Nacional Comum Curricular, BNCC, mas até agora, não houve indicação nesse sentido. Ações efetivas, com resultado de longo prazo, ainda não se mostraram, mas sei que estão sendo preparadas. O ministro tem que conviver com integrantes do ministério, especialmente no Conselho Nacional de Educação, que estão comprometidos com as ideias do passado, gente que pensa que Paulo Freire e Emília Ferreiro são baluartes da Educação. Velez Rodrigues está trazendo para a pasta, em postos estratégicos, vários militares ligados à Educação. Isso é um indicativo de por onde a coisa deve caminhar, para a tristeza de muitos, mas para a minha alegria, já que nunca escondi minha preferência pelo modelo militar como o que melhor pode resgatar nossa escola.
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Daí que é até supérfluo dizer que concordo integralmente com o ministro quanto ao Hino Nacional. Aliás, é de causar espanto que isso possa repercutir negativamente, e só dá mostra de que o patriotismo, que é apartidário, foi para o ralo. Vejam nos jogos de futebol como os jogadores dos clubes brasileiros se portam mal durante o Hino Nacional, e é muito raro ver um que consiga acompanhar a letra. Lembro-me da seleção de 1982, com Sócrates com a mão sobre o peito, e de como o Hino Nacional era momento solene, também na alma de quem o cantava, não só nas exigências externas. A questão é que nos tornamos tão anárquicos (na ilusão de estarmos sendo democráticos), que qualquer lampejo de ordem nos parece com ditadura e autoritarismo. Como pano de fundo, está a propaganda antimilitar, contrária à pretensa “ditadura”, de 1964-1985. Ainda estamos nessa ressaca!
Ademais, a execução do Hino Nacional é apenas um item. É preciso recuperar a disciplina corporal, a ordem institucional, o respeito pela autoridade, a exigência pelos resultados, a busca pela excelência. Mas ficamos tão molengas, que isso parece coisa para marcianos. O ministro Velez não é o culpado. Ele está tentando apontar soluções.
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