Ozempic: endocrinologista de Brusque alerta sobre os riscos de usar medicamento sem orientação
Medicamento causa efeito de saciedade no paciente e ajuda no emagrecimento
Medicamento causa efeito de saciedade no paciente e ajuda no emagrecimento
Uma trend no Tiktok que compartilha os detalhes sobre o medicamento Ozempic vem chamando atenção dos usuários da plataforma. O remédio, que é usado no tratamento de pessoas com diabetes, é elaborado com o composto semaglutide e causa um efeito de saciedade no paciente.
As pessoas que usam esse medicamento conseguem perder peso com o passar do tempo, no entanto, eles devem receber orientação de um médico especialista que determinará a dosagem que será aplicada.
Na internet, os jovens têm compartilhado vídeos mostrando como aplicar o medicamento, quantos quilos perderam após iniciarem o uso do remédio e assim por diante. No entanto, o médico endocrinologista de Brusque, Frederico Guimarães Marchisotti, alerta para os riscos de usar a substância sem o devido acompanhamento.
Segundo ele, a substância semaglutide foi desenvolvida inicialmente para tratar a diabetes, mas já há estudos que mostram resultados no tratamento para perder peso. “Já existem dois medicamentos com base nessa substância. Um é o Ozempic, que aqui no Brasil só existe ele e é usado para diabéticos. Mas fora do Brasil já tem o Wegovy, que é a mesma substância, a semaglutide, em uma dose até mais alta, que é usada nos Estados Unidos para tratar obesidade”.
Apesar de já ser usado para o tratamento de obesidade, o remédio pode causar efeitos colaterais nos usuários, como qualquer medicação. Frederico cita que os efeitos gastrointestinais são os principais, como náusea, vômito, diarreia e intestino preso.
“Não é nada grave e se interromper o uso já melhora. Mas ele também diminui o esvaziamento do estômago, então isso não é interessante para quem vai fazer uma cirurgia, tem que parar um tempo antes”, detalha.
Além de ser um medicamento caro, o preço pode variar de R$ 700 a R$ 1 mil, o médico garante que não há milagre e que a perda de peso não vai transformar o paciente em pouco tempo. “Existe uma perda de peso razoável, mas é aquela história: a diferença entre uma medicação terapêutica e tóxica pode ser só a dose”, ressalta.
Ele também enfatiza que o paciente sem orientação médica pode acabar aplicando uma subdose, ou seja, que não vai ter efeito por ser muito pequena. “Não se deve usar medicação sem orientação ou com orientações de internet, pois cada pessoa é uma. Por um exemplo, se a pessoa tiver refluxo a medicação pode piorar, pois ela segura o esvaziamento gástrico”, cita.
A orientação médica é essencial para determinar a dose do medicamento e a forma correta de usar, pois há casos que começam com doses menores e que vão aumentando gradativamente.
Além do uso do medicamento, o paciente também é orientado pelo especialista para mudar os hábitos de vida e alimentares, por meio de uma dieta balanceada e prática de atividades físicas.
“A medicação vai aumentar a saciedade, ou seja, você vai comer um pouquinho e não vai querer mais. Essa é a ideia, mas tem pessoas que não tem o efeito da medicação, cerca de 5% usa e não vai emagrecer ou ter o efeito de saciedade. Mas qualquer medicamento para perda de peso tem que ser associado à mudança de hábitos”, salienta.
“Não tem lugar parecido”: como Botuverá tornou-se caso raro de preservação do dialeto bergamasco no mundo: