Esperança de dias melhores
Na semana passada, aqui nesse mesmo espaço, foi proposta uma reflexão a respeito do tempo. Aí, foi dito que o tempo tem a sua dimensão objetiva. Pode ser verificado e mensurado pela Ciência. É o tempo matemático, dado pelo relógio, dividido em segundo, minutos, horas e dias. Há, porém, outra dimensão: a subjetiva. Depende do sujeito. É o tempo propriamente humano que está relacionado aos estados emocionais, interiores do ser humano. Depende do momento que o sujeito está vivenciando, em sua vida. É o tempo da “duração”. Não é computável. Mensurável.
Para nós, cristãos-católicos, temos na vivência da fé e da liturgia, ao longo do ano o denominado Tempo Litúrgico. Nesse tempo, são vividos, liturgicamente e pastoralmente, os principais Mistérios da Vida de Jesus Cristo. É o chamando Ano Eclesiástico ou Ano Litúrgico, que não coincide com o Ano Civil. Aquele do calendário civil. Dentro desse calendário civil, vive-se, liturgicamente, o Ano Litúrgico. Este se compõe dos seguintes Tempos Litúrgicos: Tempo do Advento; Tempo do Natal que engloba o Tempo da Epifania (Reis Magos), Tempo da Quaresma, Tempo da Páscoa e de Pentecostes e Tempo Comum.
Como foi escrito acima, para nós, cristãos-católicos, o ano litúrgico não coincide com o ano civil. Com a Festa litúrgica de Cristo Rei do Universo (celebrada, neste ano em 22/11), findou mais um ano de vivência da fé. Logo em seguida, teve início o tempo litúrgico do Advento (Vinda): tempo de espera, tempo de expectativa. Nesse tempo, entramos num ritmo mais intenso de preparação para o Natal.
O Advento manifesta dois aspectos da Vinda do Senhor: nas duas primeiras semanas (até 16/12), lembramo-nos da vinda definitiva no final dos tempos e, nas duas últimas semanas (do dia 16/12…) sua primeira vinda em Belém da Judeia – o Natal do Senhor.
Se não cuidarmos, poderemos tirar toda a força da mensagem cristã própria do tempo litúrgico do Advento: tempo de espera, de alegre vigilância, de esperança de libertação. O tempo litúrgico do Advento mostra-nos que somos peregrinos na História, a caminho da Casa do Pai, nossa morada definitiva. O Deus-Conosco permanentemente vem ao nosso encontro, caminha conosco e mantém viva nossa esperança de dias melhores. O tempo do Advento é o tempo propício para vivenciar esta esperança, traduzindo-a em gestos de fraternidade e de solidariedade para com os necessitados, material e espiritualmente.
Advento é tempo, portanto, de redobrar nossa vigilância em nossas ações, renovar nossa esperança em dias melhores, de expressar nossas expectativas em atitudes solidárias. É assim que, agora nesse tempo, vamos já construindo, pouco a pouco, dias melhores para todos. É tempo de reafirmarmos nosso seguimento ao Mestre Jesus, como discípulos (as) e missionários (as) dele, compromissados na construção da vida e da paz, dando testemunho que Ele continua vindo, por meio de nossa vida, vivida segundo sua proposta do Reino, inaugurada entre nós, justamente na Noite de Natal.