José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Para passar a limpo

José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Para passar a limpo

José Francisco dos Santos

Os últimos episódios da Lava Jato, que implicaram o senador Aécio Neves e o presidente Temer, vieram em boa hora. Apesar da turbulência que, novamente, paralisa a economia do país, muita coisa fica mais clara. Agora, pela própria aprovação e comemoração dos petistas, todos podemos dizer, sem reservas, que impeachment não é golpe (já pediram o do Temer!), delação premiada é válida como prova (Temer e Aécio que o digam), e vazamento de áudio de investigação não é perseguição a Lula por parte do Moro. Ufa!!

Finalmente, todos concordamos em pontos essenciais. Então, não há dúvidas para ninguém, nem para os defensores de Lula, que a Lava jato é legítima e as investigações são sérias e isentas. Ótimo. Dessa forma, as desculpas de Lula e seu fã clube amarelam ainda mais. As mesmas denúncias que atingem Temer deixam a mais límpida certeza do espúrio balcão de negócios que foram os governos de Lula e Dilma, afinal o mesmo delator que implicou Temer afirma categoricamente as artimanhas do BNDES para favorecer a JBS e que Lula e Dilma sabiam de tudo. Será que ele só mente quando fala do “homem mais honesto do país”?

Feitas essas considerações, é hora de passar tudo a limpo. Aécio e Temer não terão fã clube nas ruas, chamando-os de heróis da nação. Se são corruptos, devem ser condenados e pagar o preço da sua bandidagem. Um cidadão de bem não sai às ruas para defender bandido. Quem o faz, ou faz parte da quadrilha ou está servindo de idiota útil para que o banditismo tome conta de vez. A nação precisa lutar pela moralidade, e a moralidade exige que todos os bandidos desinfetem a vida pública. Então, que Lula, Dilma, Temer, Aécio, Cunha, Palocci, Mantega, Serra, e quem mais for, paguem pelos seus crimes. No meio dessa roubalheira sem precedentes na história, ouvir o Lula fazendo campanha e dizendo que valoriza o povo, é de dar um desarranjo digestivo. Pior ainda é ver cabeças coroadas da intelectualidade universitária repetindo o mesmo discurso do fã clube do Lula, o que demonstra o fosso em que a Educação nacional está atirada há décadas. Nem os jesuítas escaparam.

Quanto a Temer, confesso que esperava, ingenuamente, um pouco mais de hombridade de sua parte, que reconhecesse sua situação insustentável e renunciasse, pelo bem do país. Mas o vice de Dilma mostra o mesmo DNA da antecessora. Apega-se ao cargo, argumentando detalhes jurídicos que podem servir na sua defesa criminal, mas não podem sustentá-lo politicamente como presidente de um país. Seu encontro às escuras com o homem que era pivô de tanta falcatrua já retira sua legitimidade. Se estivesse preocupado com o país, renunciaria e cuidaria de sua defesa jurídica. Mas, apegando-se ao cargo, deixa o país na incerteza , e a economia, que dava sinais de recuperação, balança outra vez.

Aguardemos os próximos episódios. De minha parte, espero uma decisão rápida sobre Temer e sua sucessão imediata pela única pessoa apta, no momento, dentro dos parâmetros constitucionais e da moralidade: a ministra Carmen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (só espero que ela não invente de querer ser chamada de “presidenta”!). E que Deus nos livre de todo o mal.

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