Paysandú planeja competir na Série C do Catarinense em 2018
Clube já conta com grande parte da equipe
Clube já conta com grande parte da equipe
Depois de anos de rumores sobre o retorno do Paysandú ao futebol profissional, a diretoria do clube enfim anunciou na última semana que tem planos para formar uma equipe e jogar a Série C do estadual – a divisão para todos os clubes catarinenses que retornam ou iniciam a jornada nas competições federadas.
O ano em que o time deve estrear na terceirinha não poderia ser mais simbólico: 2018, quando o Alviverde da Pedro Werner comemora seu centenário. E para que o sonho se realize o trabalho já começou. Grande parte do elenco já está selecionado pelos dirigentes, como explica o presidente do Paysandú, Ivan José Walendowsky Filho, o Zezé. “Temos um grupo formado principalmente por atletas que foram campeões da Acef em cima do Figueirense, em 2011, que na época eram da categoria Sub-17. Eles também fizeram boa campanha no futebol suíço dos jogos comunitários”. O elenco vem, inclusive, realizando amistosos com equipes da região.
Em reunião na última quinta-feira, membros da diretoria afirmaram que vão buscar a formação desse time para o ano de 2018, ainda sem pensar na continuidade do projeto. “O pensamento é em fazer o time para o ano do centenário, e dependendo da maneira que for, se conseguirmos o acesso, pensaremos em continuar com o projeto”, afirma Carlos Maluche, diretor financeiro.
Planejamento já começou
Um dos principais passos foram dados pela diretoria ainda em julho. O grupo visitou a sede da Federação Catarinense de Futebol (FCF), em Balneário Camboriú, para entender melhor o processo de reativação do clube. O Procurador Jurídico da FCF, Rodrigo Capella, explicou quais seriam os trâmites legais e ainda revelou o surpreendente valor de R$ 100 mil para o retorno do time. Esse número, contudo, deve sofrer alterações nos próximos anos. “Nos alertaram que eles ainda vão rever isso nos próximos anos”, afirma o diretor administrativo do alviverde, Gerson Rodrigues.
Agora, os diretores vão lutar para manter tudo em ordem dentro e fora de campo. Os atletas que farão parte do elenco vão jogar a Copa Krona, da Liga Blumenauense de Futebol (LBF), no próximo ano. Dessa maneira, o Paysandú não apenas mantém os atletas em ritmo como os profissionaliza, uma vez que a grande maioria do elenco precisa estar federado, e a LBF tem poderes para tanto.
Enquanto isso, nos bastidores, segue a luta para arrecadar um valor definido para a participação do clube na Série C: R$ 300 mil. Para isso o clube vai correr atrás de patrocínios na iniciativa privada, além de buscar o apoio dos sócios e realizar eventos para angariar o montante estabelecido. Já no dia 7 de outubro haverá um carreteiro no Paysandú. “Estamos esperançosos e otimistas para a participação na Série C. As coisas estão acontecendo a contento”, completa Maluche.
O orçamento previsto diz respeito não somente aos gastos com a equipe da Série C, mas também mudanças na estrutura do Estádio Cônsul Carlos Renaux, pertencente ao clube verde e branco. O espaço precisará se adequar às exigências do Corpo de Bombeiros, do Ministério Público e da Polícia Federal para poder sediar a terceirinha.
30 anos sem futebol profissional
Há exatos 30 anos o Paysandú fazia sua última participação no futebol profissional. Foi uma despedida de luxo, com a conquista da segunda divisão do catarinense de 1986. Em 87, quando deveria participar da divisão principal, o clube fez parte da fusão com o Carlos Renaux que originou no Brusque Futebol Clube, dissolvida anos depois. Contudo, diferente do tricolor, que chegou a jogar as divisões inferiores durante os anos 2000, o Alviverde da Pedro Werner não mais voltou ao futebol profissional.
Em sua história quase centenária, o Paysandú teve grandes glórias no cenário do futebol catarinense. Um dos capítulos mais importantes foi em 1956, quando sagrou-se campeão estadual entre os times profissionais. Atualmente, o clube desenvolve um trabalho de futebol de base e conta com escolinhas.
A Série C do Catarinense
A terceira divisão do campeonato estadual é disputada nos moldes atuais desde 2008. Todos os clubes interessados podem participar, mas apenas o campeão do torneio consegue o acesso à Série B. Com isso, a possibilidade de subir de divisão é pequena, e foram poucos os clubes que conseguiram resultados importantes saídos da Série C.
O Internacional de Lages é o único time dissidente da Série C que conseguiu chegar à elite do futebol catarinense desde que a competição passou a ser denominada assim. A competição é uma coleção de resultados curiosos e times de pequena estrutura e qualidade técnica baixa. Este ano, no primeiro jogo da grande final, o Clube Atlético Itajaí venceu o Fluminense de Joinville por 6 a 2. A competição reuniu apenas seis clubes, sendo que um deles, o Santa Catarina, desistiu no meio do caminho.
“Estamos esperançosos e otimistas para a participação na Série C. As coisas estão acontecendo a contento”
Carlos Maluche, diretor financeiro do Paysandú