Na semana do Dia de Finados, peças de cobre são furtadas em cemitérios de Brusque
Familiares foram surpreendidos pela ação de criminosos
O Dia de Finados foi de surpresa para algumas famílias de Brusque. Desde a semana passada, inúmeros furtos aconteceram em cemitérios do município. Diversas placas de identificação, crucifixos e molduras de fotos em cobre foram levados, especialmente no Parque da Saudade e no cemitério da comunidade Santa Teresinha.
Os crimes desta natureza ocorrem com frequência, mas desta vez o que chamou a atenção foi a quantidade de pessoas afetadas. Lilian Fischer Machado, 60 anos, foi uma das vítimas. Ela esteve no Parque da Saudade e se deparou com a triste cena. “A placa com o nome dos meus pais foi furtada, e pelo que vi, muitos outros túmulos ao redor também foram alvo dos criminosos”, conta.
Ela ressalta que esta foi a primeira vez que o túmulo dos pais foi furtado. “Ainda não coloquei as placas de novo. Agora, no Dia de Finados, em que as pessoas vão até o cemitério para visitar, muitos tiveram dificuldade de encontrar, pois diversos túmulos estão sem identificação”.
Lilian preferiu não procurar a Delegacia de Polícia Civil para registrar a ocorrência. Para ela, é necessário conscientização das pessoas e respeito pelos falecidos.
A atriz Patrícia Souza esteve na terça-feira, 31, no cemitério de Santa Teresinha com a irmã para enfeitar o túmulo dos pais, e do corredor já pôde constatar o crime. No túmulo dos pais foram furtadas as placas de identificação e um crucifixo. O prejuízo foi calculado em R$ 700.
“A gente vai toda semana lá, porque minha mãe, que faleceu há seis meses, sempre cuidou para não furtarem as placas do pai. E esse crime ocorreu durante o fim de semana”, comenta.
Esta também foi a primeira vez que os criminosos furtaram o túmulo da família. Porém, pelo que Patrícia observou, outras sepulturas que já haviam sido furtadas em outra oportunidade voltaram a ser alvo dos ladrões. “Eu olhei ao redor e, pelo menos mais 15 túmulos estavam sem as placas, crucifixos e outros pertences”.
A atriz conta que já fez o pedido de novas placas, porém, desta vez serão de acrílico para não despertar o interesse de criminosos. “É triste, pois a família procura fazer tudo bonito como forma de homenagear e não respeitam nem isso”, lamenta.
Patrícia fez uma postagem em seu Facebook para informar o caso e como forma de mobilização, para que as pessoas, especialmente as que compram esses materiais furtados, ficarem atentas. “Se tem o furto é porque tem gente que compra. É importante lembrar que a pena para quem compra é igual a de quem se dá ao trabalho de furtar”.
Reclamações à igreja
O pároco da paróquia Santa Teresinha, padre José Henrique Gazaniga, afirma que desde o fim de semana tem recebido diversas reclamações por conta dos crimes que ocorreram no cemitério. O crime tem ocorrido mesmo com o portão sendo fechado após às 18h. “Mas, infelizmente, muitos furtos ocorrem até mesmo de dia”.
Há um tempo, o padre lembra que um homem foi flagrado furtando as peças no local e ele foi detido pela Polícia Militar. “Ele foi para a delegacia, mas depois de um tempo estava solto de novo. Então, não sabemos mais o que fazer. Talvez precisaríamos de mais rondas no local. É questão de segurança e o município deveria tomar uma atitude”, avalia.
Como os túmulos são particulares, o padre lembra que a responsabilidade é de cada proprietário, por isso, a paróquia não pode se responsabilizar pelos danos ou crimes. “Orientamos a fazer o boletim de ocorrência”.