Jacó Gabriel Lux nasceu no ano de 1869, em Bonn (Alemanha).
Ingressou no Seminário dos Padres da Congregação do Sagrado Coração de Jesus em Sittard (Holanda) onde, em 1889, emitiu os primeiros votos. Recebeu o subdiaconato e diaconato em 1895. Depois de uma rica trajetória, entregou sua alma ao Criador no dia 4 de dezembro de 1943, em Vargem do Cedro (São Martinho – SC), ao lado da casa de Deus que ajudou a construir.
Gabriel Lux torna-se Sacerdote
Ansioso para realizar o ideal missionário, Jacó Gabriel Lux foi enviado ao Seminário Diocesano de Portoviejo (Equador) em 1890: era véspera dos grandes acontecimentos revolucionários, indícios de uma perseguição religiosa. Estava entre os poucos seminaristas que viajavam, dia e noite, para proteger e defender o seu Bispo, ameaçado de morte pelos maçons. Devido às circunstâncias, para evitar lutas sangrentas, o Bispo se refugiou em Tuquerres (Colômbia). O diácono Gabriel Lux descobre seu paradeiro e vai lá, pedir a ordenação sacerdotal: torna-se sacerdote a 7 de setembro de 1895, regressando logo à Bahia, no Equador. Pouco depois os Padres de sua Congregação são expulsos e, em dezembro de 1896, Pe. Lux é forçado a regressar à Europa onde passa a se dedicar a estudos na Universidade de Bonn. Pe. Lux não sossega seu espírito missionário e, em 1897, parte para Stanleyville (atual Kisangani), no Congo Belga. No entanto, acometido por uma grave doença, foi obrigado a retornar e continua os estudos iniciados em Bonn.
Pe. Lux vem para o Brasil
Fiel ao ideal missionário, Pe. Lux encontra-se entre os primeiros Padres da Congregação que vieram para o Brasil e, em 1903, fixa residência em Florianópolis e a partir de 1905 passou a trabalhar em Brusque, levando adiante as obras de Pe. Eising e Pe. Sundrup.
Pe. Lux deixou Azambuja em 22 de setembro de 1919 e. em seguida, foi investido na paróquia de Vargem do Cedro – onde foi o primeiro pároco -. Ali construiu, mediante planta própria, a atual Matriz, modelo de perfeição e bom gosto.Destacado para o norte do Estado, construiu o Seminário de Corupá, cujas linhas românicas lembram a sua construção em Azambuja. De novo em Vargem do Cedro, coube-lhe a construção da residência paroquial, ao lado da igreja, no mesmo estilo daquela, e de vários outros templos, como o da Praia Redonda, construído em estilo basilar.
Azambuja e a obra de Pe. Lux
Ao Pe. Lux cabe o mérito de ter racionalizado os serviços prestados pela Santa Casa de Azambuja, quer como construtor, quer como organizador.
Não mediu esforços para concretizar seus ideais, enfrentando as duras estradas, rumo à Florianópolis, para arrancar das autoridades estaduais alguma subvenção para o Hospital. Homem de profunda visão eclesial, não dava um passo sem consultar a autoridade diocesana, de quem mereceu a confiança e os maiores elogios.
Pe. Lux não poupou sacrifícios para que o Santuário fosse sempre mais um centro de piedade mariana e de esplendor litúrgico. Quem olhar os arquivos de Azambuja, constatará o carinho com que ele preparava seus sermões: antes de ler alguma carta pastoral ou comunicado oficial aos fiéis, tinha o cuidado de substituir as palavras difíceis por outras que fossem mais facilmente compreendidas. E sua obra não parou: continuou em outros lugares e outros a continuaram em Brusque. Hoje, em Azambuja, uma escola guarda seu nome: “Escola Básica Pe. Lux”. Que as crianças e jovens aí formadas recebam também para suas vidas o ideal, a força e o dinamismo que tinha o seu patrono.
(Texto adaptado do livro Azambuja 100 anos. Autor: José Artulino Besen, 1977, p. 78-80).