Pesada derrota do Brusque serve de alerta, mas há espaço para recuperação

Quadricolor tem 15 dias para se corrigir e se reorganizar após duas atuações muito preocupantes

Pesada derrota do Brusque serve de alerta, mas há espaço para recuperação

Quadricolor tem 15 dias para se corrigir e se reorganizar após duas atuações muito preocupantes

João Vítor Roberge

Assim como a vitória do Brusque por 4 a 1 fora de casa sobre a líder Ponte Preta não foi e não pôde ser tratada como sinal de que tudo estava maravilhoso, a derrota deste domingo, 1º, não pode ser tratada como sinal de terra arrasada. A tirinha da coluna é apenas um exagero propositado.

Perder por 4 a 1, de virada, para um time que estava na lanterna, pressionado, como é o Confiança, na oitava rodada, é terrível. Merece crítica e serve de alerta. Mas maior alarde do que isso neste momento ainda é precipitado. Há tempo para corrigir e há muito campeonato por jogar.

A defesa do Brusque sofre poucos gols e é o ponto forte da equipe. Mas ia colapsar em algum momento, em algum jogo. O brilhante Matheus Nogueira vinha sendo muito exigido em jogos recentes e o time já mostrava alguns problemas defensivos, mas conseguia superá-los. Desta vez, não houve chance. O Confiança, um time para o qual nada dava certo até então, virou o jogo contra o Brusque contando com desvios acidentais e decisivos. Depois, cansado e/ou desinteressado, o quadricolor tomou outros dois gols com muita facilidade.

O que preocupa mais do que o placar em si é a sequência de duas atuações muito fracas. Deixando de lado o jogo peculiar contra o Athletico, o Brusque venceu o São Bernardo aproveitando que o futebol permite deixar a lógica de lado. Porque o adversário foi amplamente superior o jogo todo no Augusto Bauer, mas conseguiu perder. É verdade, os desfalques foram muitos, e a vitória foi conquistada mesmo assim.

No Batistão, houve menos ausências. Com Paulinho Moccelin, Alex Paulino e Guilherme Pira de volta, o quadricolor faz outro jogo péssimo. Encontra um gol com João Veras, mas, depois, dá de cara com um Confiança desesperado e determinado, que mereceu tudo que conseguiu. A pontinha de sorte vista em Brusque na semana passada não viajou a Sergipe, e foi substituída por um pênalti não marcado em erro grosseiro da arbitragem. Um pênalti que talvez não tivesse mudado o jogo, mas teria amenizado o atropelo, ao menos no placar.

O Brusque tem duas semanas para se recompor e vencer o Tombense no Augusto Bauer, em 15 de junho. É tempo suficiente para refletir, realinhar expectativas, treinar, corrigir erros e voltar a fazer um jogo consistente. Uma reabilitação é necessária, após duas atuações preocupantes.

Falha de montagem

Dois laterais do Brusque estão lesionados e isto já é motivo para Filipe Gouveia ter que adaptar a escalação, voltando a utilizar três zagueiros, utilizando Diego Mathias como ala. Isto é resultado de um elenco curto e de erros em contratações.

É normal que reforços não correspondam às expectativas ou que outros surpreendam positivamente. Que alguns jogadores sejam contratados como reservas, que outros cumpram o que era esperado. Faz parte. Mas o Brusque desperdiçou esforços em duas contratações que mal entraram em campo: o lateral-direito chileno Simón Contreras e o atacante equatoriano Neicer Acosta.

Contreras atuou em uma única partida. Acosta foi relacionado para três partidas, jamais estreou. Ambos não estão mais no clube, e Contreras era o único lateral de ofício para suprir a ausência de Mateus Pivô. O chileno teve 10 afobados minutos em campo.

Se a dupla não tinha qualidade técnica suficiente, foi erro na análise dos responsáveis por trazê-los. Com um trabalho mais afiado nestes casos específicos, o Brusque poderia estar contando com jogadores úteis em posições hoje carentes. Se o problema era outro, foi erro de gestão e de leitura de conjuntura.

Elenco curto

Hoje Filipe Gouveia fala em elenco curto, mas nem sempre foi assim. Há pouco mais de um mês, em 27 de abril, após a vitória sobre o Ypiranga, relatava ter um grupo de jogadores muito grande, contando 28 jogadores.

Contudo, desde então, o Brusque perde Álvaro, Mateus Pivô, Alex Ruan e Guilherme Pira (este, já recuperado) por lesões. O time só não conta com Pollero porque a diretoria não quer, bastava pagar o que o jogador tem direito a receber.

Quatro ou cinco jogadores da base só vão ser utilizados em caso de emergência, como já é visto. Excluindo-os da conta, bastam apenas três lesões e o impasse de Pollero para o Brusque ter só 19 jogadores de linha e três goleiros. Somando os garotos e mantendo-se as ausências, são 24 jogadores de linha, mas até aqui, dos garotos, só João Vithor entrou em campo, por pouquíssimos minutos.

Ou seja, o elenco nunca foi muito numeroso. Basta uma maré mansa de lesões e cartões para causar problemas. As saídas de Acosta e Contreras agudizaram o problema.

Agora, sem laterais-direitos, o Brusque precisa improvisar. E fica sem lateral-esquerdo além de Ítalo. Há uma janela de transferências em vigor e a necessidade de contratações é óbvia. Se será suprida, é outra história.

Cartões em excesso

O volante Alex Paulino já pode quase montar um baralho com os cartões que recebeu em 2025. Mas o Brusque precisa dele, seja titular ou no banco.

No quadricolor, teve oito jogos até aqui, com quatro cartões amarelos e um vermelho. Foi expulso contra o Náutico com vermelho direto. Foi suspenso, mas manteve-se pendurado, e levou amarelo no jogo em que retornou: outra suspensão.

Contra o Confiança, entrou de sola num carrinho sobre um adversário, nos minutos finais. Provavelmente teria sido expulso se o jogo tivesse VAR. A comissão técnica precisa orientá-lo.

Ainda neste ano, pelo FC Cascavel, Paulino acumulou cinco cartões amarelos e uma expulsão com dois cartões.


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