Pinhão chega a Brusque e região com preço abaixo dos R$ 6 o quilo
Além do produto in natura, supermercados investem em sementes já cozidas
Além do produto in natura, supermercados investem em sementes já cozidas
A procura por pinhão já começou nos supermercados de Brusque. Desde o início do mês, a extração e venda das sementes está liberada em todo o estado. No município, em média, os preços estão abaixo dos R$ 6. Em alguns casos, por um valor um pouco mais alto, é possível comprá-lo já cozido.
Neste ano, no Supermercados Archer, a expectativa é repetir o volume vendido em 2017. O gerente de compras, Udo Wandrey, estima que 50 mil quilos do produto saíram das gôndulas das lojas da rede no ano passado.
A venda no supermercado iniciou há cerca 10 dias. Cada quilo sai por R$ 5,49, nestes primeiros dias de comercialização. Os valores, afirma o gerente, podem variar dependendo da oferta e demanda no decorrer do ano.
Segundo ele, a rede só vende o pinhão in natura e fresco. A opção segue a tendência de uso das sementes como matéria-prima. “É a forma que as pessoas mais procuram. Aí elas podem usar em suas receitas ou consumir apenas cozido”.
De olho na safra
A qualidade dos pinhões desta safra são destacadas por Wandrey. De acordo com ele, as características do produto costumam variar ao longo do ano e manter fornecedores tradicionais facilita o controle do produto final.
Na unidade local do Supermercado Bistek, a venda iniciou há duas semanas. De acordo com a gerente de operações Simone da Silva, a alta procura pelo produto contrasta com a redução de oferta das sementes. Para ela, o cenário é efeito da urbanização de regiões interioranas e a tendência é que a disponibilidade do produto caia nos próximos anos.
No supermercado, o quilo do produto in natura sai por R$ 5,98. A versão é a mais procurada, segundo a gestora. Desde esta semana, destaca, a rede iniciou o preparo das sementes cozidas. Este é o segundo ano de venda do pinhão neste formato. Ele deve estar disponível nos próximos dias.
Procura antecipada
Desde o início do mês, já havia procura por pinhão no Hortifruti Direto do Campo. Com a abertura das vendas, no início na semana passada, a busca tem sido intensa, segundo a fiscal Nivia Machado.
Além do consumidor final, ressalta Nívia, é comum a procura do produto por restaurantes locais. Na unidade, o produto é vendido a granel por R$ 5,49. De acordo com ela, a tendência é que os preços caiam com a proximidade de junho, período de maior oferta do produto.
A cada ano, José Carlos Bittencourt, 43 anos, mantém o hábito de comprar e preparar pinhão em casa. Ele sempre opta pelas sementes em sua forma natural. Com isso consegue ter mais alternativas no preparo.
Além das sementes cozidas, ele costuma utilizá-las como parte do entreveiro, prato típico da região Sul e que leva pinhão, carnes e vegetais. Para ele, o uso das sementes é algo cultural e que relembra a infância. “É um gosto que faz parte do nosso costume”.
Comercialização limitada
Desde 2011 a colheita do pinhão é regulamentada em Santa Catarina. Na época, ficou proibida a colheita, transporte e a comercialização do pinhão antes do dia 1º de abril. A medida é valida para sementeiras e para uso do produto para o alimento.