Planos de saúde perdem 1,5 milhão de usuários em um ano
FenaSaúde aponta que setor estima um decréscimo de 1% no próximo ano
FenaSaúde aponta que setor estima um decréscimo de 1% no próximo ano
Os planos de saúde registraram queda de 3,1% no número de usuários entre setembro de 2015 e setembro de 2016, o que representou a perda de 1,5 milhão de beneficiários no país. O Sudeste foi a região que registrou a maior redução no período, passando de 33,2 milhões para 32,1 milhões de beneficiários. São Paulo foi o estado mais atingido, com a extinção de 549 mil vínculos. Em segundo ficou o Rio de Janeiro, com 319 mil. Os dados fazem parte da nova edição do Boletim da Saúde Suplementar – Indicadores Econômico – financeiros e de beneficiários, lançado nesta semana pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), durante o 2º Fórum de Saúde Suplementar, no Rio de Janeiro.
Para a presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes, o resultado pode ser explicado pela deterioração do mercado de trabalho e a queda do rendimento das famílias. Os beneficiários desempregados deixam de contar com os planos pagos pelas empresas e, com isso, verifica-se a redução na aquisição de planos empresariais e próprios.
Solange Beatriz destacou que o Sudeste concentra o maior número de beneficiários de planos de saúde com relações de vínculos empregatícios. “Como foi a região que também teve a maior queda, isso reflete diretamente na nossa operação. O produto plano de saúde está diretamente ligado ao emprego e à renda”, disse.
Apesar da recessão econômica, o levantamento aponta que o segmento de planos de saúde mostra uma capacidade de resistência, já que a redução do número de beneficiários foi bem menor do que a queda na renda e no emprego, considerando os últimos 12 meses (até setembro de 2016).
A presidente da FenaSaúde apontou que o setor estima um decréscimo de 1% no próximo ano, em um universo de 70 milhões de usuários de planos de saúde no país.
Preços altos
O presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos de Souza Abrahão, disse durante o fórum que beneficiários, provedores, prestadoras e governo precisam trabalhar para garantir a sobrevivência do sistema. “Precisamos agir enquanto ainda dá tempo.
Temos que ter o compromisso de implementar mudanças e construir uma agenda positiva para a sobrevivência deste setor”, disse.
A presidente da federação reconheceu que os preços elevados dos planos são frequente motivo de crítica por parte dos consumidores, mas acrescentou que isso ocorre porque os custos da medicina e da atenção à saúde são altos tanto para o sistema público, quanto para o privado.
Outro fator citado foi a frequência de uso do serviço. “A mensalidade está refletindo custos. Então, os custos devem ser combatidos inclusive com a conscientização do consumidor que deve também questionar o médico para saber se o procedimento é necessário, quanto custa, se não pode ser substituído por outro de igual eficácia”, disse.
Agência Brasil