Pobre Venezuela
Um estudo feito pela Universidade Católica Andrés Belo, conceituada instituição da Venezuela, mostra com números impressionates a situação de penúria e miséria em que se encontra a população daquele país. É um triste retrato da tragédia de um povo, vivendo o cotidiano da fome, da insegurança e do medo. Tudo, consequência de um regime que se diz socialista, de um governo que se diz popular, mas que não passa de uma ditadura da incompetência e do caos, que asfixia a atividade econômica, oprime a livre manifestação política e deixa o povo passando fome.
A pesquisa, feita no ano passado, constatou que 90% das famílias venezuelanas não tinham renda para pagar as despesas básicas com alimentação, higiene e educação. Essa trágica condição de penúria deve-se à grave crise de abastecimento causada pela política chavista, que estatizou boa parte dos meios de produção e que reprime produtores e comerciantes privados rotulados de “inimigos do povo”. Deve-se, também, à espiral hiperinflacionária, que alcança a fantástica marca de 1.000% ao ano.
O pseudo socialismo bolivariano é responsável, também, por conduzir a Venezuela a uma assustadora onda de violência que se espalha por todo o país. Não é somente a criminalidade política resultante da ação opressiva e os assassinatos praticados por grupos paramilitares a serviço do governo ditatorial. É, também, a delinqüência comum, com assassinatos em grande escala, inclusive por disputa de alimentos. Tudo isso, faz da Venezuela o segundo país mais violento do mundo e deixa a população em pânico.
Diante dessa tragédia econômica, política e social, não surpreende que mais de 800 mil venezuelanos tenham fugido do seu país, nos últimos anos. Fogem em busca de uma nova vida. A Colômbia, pela proximidade e identidade de idioma, é o país mais procurado. Agora, é a vez do Brasil. Roraima funciona como porta de entrada desse êxodo de gente simples e humilde, vítima de um regime opressor que levou a fome ao seu próprio povo, que desvirtuou o conceito de socialismo e que denigre a figura do líder libertador da América do Sul, Simon Bolívar.
Na América Latina, a história da esquerda tem sido assim. Fora do poder, a militância esquerdista prega o desenvolvimento econômico, a extinção dos privilégios da elite financeira, a igualdade social, a justa distribuição da riqueza e o bem-estar coletivo. No poder, o governante esquerdista revela total incompetência para administrar a nação, alia-se aos antigos adversários políticos, fortalece a elite empresarial e transforma o tesouro nacional numa vaca de mil tetas para saciar sede de poder e de corrupção da sua militância sem escrúpulo com o dinheiro público.
É um filme a que, até recentemente, assistimos no Brasil.