PM lamenta decisão da Prefeitura de Guabiruba de suspender a fiscalização com radar
Prefeito Matias Kohler diz que mudança de conduta dos motoristas contribuiu para a decisão
Prefeito Matias Kohler diz que mudança de conduta dos motoristas contribuiu para a decisão
O 18º Batalhão de Polícia Militar de Brusque não concorda com a decisão da Prefeitura de Guabiruba, que nesta semana, às vésperas do início da fiscalização de velocidade por radar móvel, decidiu voltar atrás e não utilizar o equipamento na cidade.
Para o tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, chefe do setor de trânsito da PM, toda tecnologia que possa contribuir para a melhoria, segurança e evolução do trânsito, deve ser utilizada.
“Dados dos últimos dez anos comprovam isso. Em 2006, tivemos 70 mil óbitos no trânsito no Brasil e em 2016 esse número baixou para 33 mil. Na prática, foram duas mudanças: a criação da Lei Seca e a intensificação da fiscalização com radar nas rodovias, principalmente federais”, diz.
Ele lamenta a decisão da prefeitura que alegou uma mudança de conduta por parte dos motoristas nas últimas semanas para adiar o início da fiscalização com radar.
“Foi um passo atrás, estavam avançando na questão da segurança no trânsito naquele município e agora estão retrocedendo”, afirma.
O tenente-coronel destaca que sabe que o equipamento gera descontentamento na população, porém, é necessário. Para ele, ao invés de a prefeitura cancelar o uso do equipamento, poderia aumentar o limite de velocidade nas ruas fiscalizadas, passando de 50 km/h para 60 km/h.
“Aumentando para o mínimo de 60 km/h aí poderia chegar até 65 km/h de tolerância. A 50 km/h sempre tem aqueles que andam com excesso de cautela, a 40 km/h, e acabam trancando o trânsito. Torço para que essa percepção da prefeitura seja verdadeira”.
O prefeito Matias Kohler ressalta que o objetivo da prefeitura sempre foi a educação no trânsito, principalmente com a conscientização sobre os limites de velocidade. Ele afirma que percebeu uma redução significativa da velocidade nos últimos dias no município e que isso foi determinante para a decisão.
“O medo do radar já fez os motoristas tirarem o pé, por isso, entendemos que não é obrigatório que o radar funcione neste momento. Estamos dando oportunidade para que a população se eduque sem a necessidade do equipamento”.
Com isso, não há uma data para que o radar inicie a operação na cidade. A licitação já foi feita, entretanto, o contrato com a empresa que forneceria o equipamento não foi assinado, o que permitiu a decisão.
“O processo está paralisado. Com isso, vamos também economizar os recursos da prefeitura, já que o radar custaria R$ 8 mil por mês. A volta ou não do radar em Guabiruba vai depender da conduta do motorista”.
Na sessão da Câmara de terça-feira, 19, o vereador Cristiano Kormann (PP), que faz parte da base de governo, apoiou a decisão da prefeitura e destacou que a administração não tinha muitas estatísticas a respeito do trânsito no município e, por isso, achou por bem ir em busca desses dados.
“Sabemos que essa questão do radar gerou polêmica e a prefeitura decidiu dar um tempo para buscar mais números, pois recebeu muitos questionamentos e não tinha estatísticas. Precisamos de mais números para fazer o diagnóstico completo e, com isso, talvez se chegue num limite maior de velocidade”.