Por economia de recursos, Samae opta pela suspensão da Cogemas

Presidente da autarquia afirma que a interrupção dos trabalhos é momentânea

Por economia de recursos, Samae opta pela suspensão da Cogemas

Presidente da autarquia afirma que a interrupção dos trabalhos é momentânea

A decisão do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae) de Brusque em extinguir a Comissão Gestora do Meio Ambiente (Cogemas) desagradou os membros do grupo. Em nota enviada à imprensa, o presidente da comissão, Luciano Camargo, afirma que “é de imensa tristeza saber que quem mais deveria apoiar, é que destrói [a Cogemas]”. A comissão foi criada em 2014 e era constituída por três biólogos, um químico, um técnico em saneamento e dois gestores ambiental.

A função era esclarecer às pessoas sobre a utilização correta dos recursos hídricos por meio de palestras em escolas públicas e privadas. Além da elaboração de projetos que visavam a redução do consumo pelo desperdício e outras ações voltadas ao uso adequado do meio ambiente.

Para Camargo, em um momento que deveria se analisar instrumentos para a evolução do trabalho, preferiu-se extingui-la. “Esperamos que o poder público reveja tal ação, pois cabe a quem utiliza os recursos promover ações de preservação”.

O presidente do Samae, Roberto Bolognini, afirma que a Cogemas é importante para a autarquia, no entanto, afirma que a autarquia não pode custeá-la neste momento. “Não podemos financiar mais uma estrutura. Estamos sem condições de absorver isto por falta de recursos. Vejo a Cogemas como um auxiliar do Samae, mas se já estivéssemos muito estruturados”.

Bolognini explica que, na verdade, a comissão ficará suspensa momentaneamente até que o Samae ‘volte aos trilhos’. “Só para ter ideia, da outra vez que fui presidente do Samae, eu precisei tirar dinheiro do bolso para comprar lanche para as crianças. O trabalho da comissão estava comprometido por falta de verba”.

Para ele, o Samae era referência no estado, no entanto, hoje passa por dificuldades. “Estamos em uma situação muito crítica quanto à qualidade do pessoal. Temos quantidade e carecemos de técnicos, de pessoal qualificado. Não temos nada de bom para mostrar, por enquanto”, diz. Ele acrescenta que agora é o momento de correr atrás do prejuízo e resgatar a posição de referência do Samae frente ao estado.

Devido à situação da autarquia, Bolognini ressalta que a Cogemas vinha sendo “mais um peso para o Samae”.

Novas comissões
Camargo denunciou, por meio da nota de esclarecimento, que apesar do Samae ter alegado a redução de gastos para a extinção da Cogemas, no mesmo dia em que foi anunciado a decisão, foi criada outras cinco comissões.

Entretanto, o presidente da autarquia nega a acusação e informa que apenas deu continuidade às comissões que não pode extinguir, pois são regulamentadas. “E depois, a prerrogativa de criar ou não comissões é minha, presidente, e não do funcionário. Não preciso dar explicação a funcionário, mas sim para a comunidade e ao prefeito, que me nomeou”.

Bolognini explica que os membros das comissões recebem um valor extra por desempenharem um trabalho a mais. Sendo assim, com a extinção da Cogemas, esses funcionários deixarão de receber esse valor. “Os membros da comissão são funcionários do Samae, contratados por meio de concurso público, e recebem e muito bem para os trabalhos ao qual foram destinados”, diz.

Especulações políticas
Para Bolognini, o principal motivo da autarquia estar com problemas é por conta de especulações políticas e corporativismo dentro da autarquia. “O prefeito me deu autonomia para o trabalho e vai me cobrar por isso. E é por esse motivo que pretendo exterminar esses grupinhos dentro do Samae”.

 

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