Instituições de ensino superior podem ampliar aulas à distância para graduação
Percentual de aulas na modalidade pode atingir até 40% da carga horária dos currículos
Percentual de aulas na modalidade pode atingir até 40% da carga horária dos currículos
O número de aulas à distância durante os cursos de graduação podem dobrar a partir deste ano. Apesar da medida publicada pelo Ministério da Educação no Diário Oficial da União (DOU), em dia 31 de dezembro, a possibilidade de adoção do modelo com até 40% das aulas da modalidade já no primeiro semestre é considerada baixa em Brusque.
Pelo texto, é exigido que as disciplinas a distância estejam “claramente identificadas na matriz curricular do curso”. O projeto pedagógico deve indicar a metodologia prevista para elas. Para poder fazer a alteração de 20% para 40% das aulas para a modalidade, é preciso que as instituições de ensino superior estejam credenciadas para os modelos e apresentem conceito institucional mínimo de quatro.
A portaria também estabelece a necessidade dos cursos terem “métodos e práticas de ensino-aprendizagem que incorporem o uso integrado de tecnologias de informação e comunicação para a realização dos objetivos pedagógicos”.
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Disponibilidade de material didático específico e a mediação de tutores e profissionais da educação com formação na área do curso, com qualificação compatível ao projeto pedagógico, também estão entre as exigências. Todas as disciplinas na modalidade devem ser informadas com antecedência aos acadêmicos e processos seletivos.
O tempo reduzido para avaliar as alterações e conseguir reorganizar os planos de ensino são indicados como os principais fatores para a que a medida fique em segundo plano, segundo o reitor do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), Günther Lother Pertschy. De acordo com ele, mesmo que a possibilidade já fosse conhecida pelas instituições, não havia previsão de que fosse publicada já no fim do ano passado.
Tendência do setor
Segundo Pertschy, as mudanças seguem uma tendência de modernização para o setor e o modelo amplia as possibilidades dos cursos. Com o tempo, projeta uma redução na diferença entre os cursos à distância e presenciais.
Hoje, ele acredita que a instituição teria facilidade para ampliar o número de aulas à distância para os cursos presenciais. O modelo já é adotado, seguindo o limite de 20% que vigorava. De acordo com ele, a qualidade do ensino é uma das preocupações recorrentes e o modelo altera a dinâmica de ensino.
Para Pertschy, a necessidade de interação e aprofundamento do aluno quanto ao conteúdo ganham força com mais aulas fora da sala de aula. “A partir do momento que se parte para uma tecnologia para geração de conhecimento, o aluno se torna protagonista no processo. Já estávamos nos preparando para este novo momento. A parte teórica, cada vez mais deve ser mais transferida para este meio digital, enquanto, os momentos práticos enriquecem as ações dentro das instituições.”
Assim como ele, o coordenador acadêmico da Uniasselvi, Antonio Roberto Rodrigues Abatepaulo, classifica a mudança como parte da evolução tecnológica. Com mais disciplinas na modalidade, ele acredita que haja uma maior flexibilidade curricular, além de estímulo ao autogestão do tempo pelos alunos.
Como a maioria das instituições, no momento que a medida foi publicada, o planejamento acadêmico para o ano de 2019 estava sendo finalizado. “Acredito que para o primeiro semestre de 2019 nada seja feito. A construção e organização de disciplinas na modalidade EaD exigem um maior tempo para sua elaboração e desenvolvimento dos materiais a serem utilizados, assim como a organização didático-pedagógica.”
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Atenção à qualidade de ensino
Segundo o diretor da Faculdade São Luiz, Claudio Marcio Piontkewicz, a portaria vai exigir adequações das instituições de ensino. Para ele, o momento é de aprofundamento sobre o modelo proposto.
Na avaliação de Piontkewicz, com a ampliação das disciplinas à distância, fatores como a disciplina do aluno quanto ao aproveitamento dos conteúdos devem ser levados em consideração. Ele reconhece que as aulas atendam aos casos de pessoas com dificuldade de mobilidade, mas reforça a necessidade de se manter um cuidado com a qualidade do ensino oferecido.
Para as instituições de ensino, ele acredita que a medida irá refletir em redução de custos, mas que não pode ser implantada sem a atenção pedagógica. “É uma nova proposta de oferta de cursos de graduação.”