Prefeitura de Brusque desiste de usar parte da Vila Olímpica para nova área industrial
Poder público desistiu da ideia após interesse das entidades futuramente beneficiadas
Poder público desistiu da ideia após interesse das entidades futuramente beneficiadas
A atual administração desistiu de usar parte do terreno da Vila Olímpica para uma nova área industrial na rua Abraão de Souza e Silva, conhecida como estrada da fazenda, na Volta Grande. O recuo deve-se ao fato de que as entidades beneficiadas com uma parte da área ainda têm interesse em utilizá-la.
A gestão de Jonas Paegle e Ari Vequi planejava utilizar metade do terreno de cerca de 450 mil metros quadrados para instalar novas empresas. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, João Beuting, a administração identificou que a região seria beneficiada com mais indústrias e movimentação de pessoas.
“Foi medido que passaria o lado esquerdo para a área industrial, e o direito continuaria para as entidades. Mas estamos com problemas porque essas entidades querem ir para lá”, diz Beuting.
O governo desistiu da ideia depois que as entidades – como a Associação de Bicicross, o Brusque Futebol Clube e o Kart Clube de Brusque – manifestaram interesse em ocupar o espaço.
Havia uma promessa da prefeitura de que essas entidades, hoje no terreno em frente ao pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof, receberiam um espaço na Vila Olímpica, ainda na gestão Paulo Eccel. O vice-prefeito Ari Vequi afirma que o acordo será mantido. “Não somos contra a Vila Olímpica, o terreno foi comprado com esse objetivo”, afirma.
O interesse expresso das entidades pegou a Prefeitura de Brusque de surpresa. “Estávamos achando que não queriam, mas o Brusque quer. O Danilo já entregou correspondência na prefeitura. Só o CTG e a Fenajeep estão em dúvida. A nossa expectativa era usar para a área industrial, porque daria um up para aquela região, criando mais trabalhos”, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico.
Infraestrutura
Uma das principais reivindicações das entidades que irão ocupar a Vila é que a prefeitura realize a infraestrutura básica: como instalações de água e eletricidade, além da terraplanagem.
O vice-prefeito afirma, no entanto, que a administração está sem capacidade de investimentos. Não há, neste momento, como arcar com esses custos.
O Brusque já protocolou oficialmente o seu interesse em ocupar parte da Vila Olímpica para construir um estádio. O presidente do clube, Danilo Rezini, diz que a intenção continua a existir, e só aguarda alguma sinalização do poder público.
O presidente diz que o clube espera que a prefeitura oficialize a cessão do terreno. “Estamos aguardando um posicionamento da prefeitura”, ressalta Rezini.
Só depois de tudo no papel é que o Brusque buscará parceiros para a obra do estádio, segundo o dirigente.
O presidente do Kart Clube de Brusque, Aknaton Camargo, diz que a entidade tem interesse em se deslocar para a área “o quanto antes”. Já notificados pela Procuradoria de que devem desocupar a área em frente ao pavilhão, as associações esportivas correm contra o tempo.
Segundo Camargo, se não houver espaço na Vila Olímpica, a alternativa mais próxima seria o kartódromo do Beto Carrero, em Penha. “O Kart Clube não quer isso, vamos fazer de tudo para continuar em Brusque”.
Germano Hoffmann, o Mano, patrão do CTG Laço do Bom Vaqueiro, diz que a entidade ainda analisa a situação e não tem uma resposta definitiva.
O mesmo posicionamento é o da equipe Bicicross Berço da Fiação (BBF). De acordo com o presidente Felipe Jacinto, haverá uma reunião em breve para tratar do futuro.
A Fenajeep já está confirmada para o mesmo espaço no ano que vem, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Como não poderá mais ocupar o terreno da Vila Olímpica para outras finalidades, a prefeitura terá de partir para o plano B: a área industrial do bairro Limeira. Esse espaço é ocupado atualmente por 18 empresas.
Segundo Beuting, a prefeitura preferia usar a Vila Olímpica porque lá o espaço é muito maior. Seria possível alocar empresas de até 70 mil metros quadrados, por exemplo.
O espaço livre para novas empresas é bem menor no bairro Limeira. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, os maiores terrenos têm até 10 mil metros quadrados, ou seja, podem abrigar apenas indústrias de pequeno e médio porte.
Um dos atrativos oferecidos pelo poder público para a instalação de indústrias na área industrial é a terraplanagem. Isso também é fator de desvantagem para o Limeira, pois são necessárias mais horas-máquina para preparar o terreno.