Prefeitura de Brusque quer que empresa desocupe área no Maluche até o fim do mês
Município pede cumprimento de decisão judicial que determinou retomada do imóvel ao poder público
Município pede cumprimento de decisão judicial que determinou retomada do imóvel ao poder público
A Prefeitura de Brusque pediu ao poder Judiciário que determine a imediata desocupação de uma área no bairro Jardim Maluche por uma empresa privada. Trata-se de um lote que é alvo de disputa judicial entre o governo e a empresa Comércio e Extração de Areia Farias desde 1997.
Em maio do ano passado, a prefeitura obteve vitória, em segundo grau, na ação judicial em que buscava recuperar a posse da área, que segundo o governo é pública, e foi ocupada irregularmente pelo proprietário da empresa. Em agosto de 2018 a juíza Iolanda Volkmann determinou a imissão da posse em favor do governo e a desocupação da área em 30 dias.
Ocorre que, até agora, o proprietário continua no local. A defesa ainda recorre da decisão em instâncias superiores. No entanto, segundo o processo, não há mais efeito suspensivo, ou seja, eventual recurso não é capaz de evitar a retomada do imóvel pela prefeitura.
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Há, no entanto, discordância em relação ao prazo. Inicialmente, a empresa alegou que o prazo de 30 dias era muito curto, e solicitou um ano para deixar o local. A prefeitura não concorda, e diz que é possível negociar o prazo, mas um ano não é considerado razoável, tendo sugerido a retirada em seis meses.
Em um documento enviado ao Judiciário no fim das atividades do ano passado, em 19 de dezembro, advogados do governo argumentam que a empresa está retardando o cumprimento da decisão judicial, e não demonstra ter interesse em retirar-se do imóvel, já que se passaram mais de seis meses desde a ordem para desocupação.
Com isso, o pedido do governo é a desocupação total do espaço até 28 de fevereiro, sob pena de aplicação da multa diária, estipulada em R$ 5 mil por dia de descumprimento. O pedido ainda não foi analisado pela juíza Iolanda.
Procurado pela reportagem, o advogado da Extração e Comércio de Areias Farias, Vito Antônio Depin, informou que não fará qualquer manifestação sobre o assunto.
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O imóvel alvo de disputa fica na avenida Bepe Roza, entre a Apae e os Correios, e possui uma área aproximada de 36 mil metros quadrados.
A Associação dos Moradores do bairro, que provocou a prefeitura a ajuizar a ação, informa que no projeto do loteamento o lote 41, onde fica a empresa, constava como área verde, para uso da comunidade, e pretende tornar o local uma área pública novamente, assim que a desocupação for efetivada.
Na ação judicial, a empresa garante que o espaço nunca foi público, e foi doado à família Farias pela família Maluche, já na época da implantação do loteamento, em 1955.