Prefeitura deve investigar comercialização de gás de cozinha em Brusque
Ação está vinculada à denúncia recebida pelo Procon sobre valores idênticos em distribuidoras
Ação está vinculada à denúncia recebida pelo Procon sobre valores idênticos em distribuidoras
As distribuidoras de gás de Brusque deverão ser investigadas pela prefeitura, através da Procuradoria-geral, devido ao preço do botijão de 13 quilos comercializado nos estabelecimentos. A investigação está vinculada a uma denúncia recebida pelo Procon na semana passada que refere-se à utilização de valores idênticos nas distribuidoras.
O autor da denúncia, Güinter Nilo Holl, de 52 anos, reclamou junto ao órgão tanto dos valores idênticos quanto do alto preço do botijão. Ele levou ao Procon um recibo de compra no valor de R$ 58. Esse mesmo preço, afirma, é utilizado por outras distribuidoras.
“Eu ouço quando passa os carros que vendem e estão anunciando esse mesmo valor. E alguns ainda falam que é promoção. Acho que é importante reclamar. O preço também está bastante alto. Estava R$ 48 e pulou para R$ 58. A população também deveria ir até o Procon reclamar”, afirma.
Como o Procon está sem diretor, Rodrigo Thomaz é quem responde atualmente pelo órgão. Segundo ele, a reclamação já foi enviada para a distribuidora denunciada por Holl. Após a resposta do estabelecimento, explica Thomaz, será definido o próximo passo em conjunto com a Procuradoria-geral do município. A Procuradoria também será o órgão responsável pela averiguação do possível cartel (acordo realizado entre empresas para, sobretudo, fixar o mesmo preço em produtos e, em consequência, coordenar o mercado).
“Eu ainda não recebi essa reclamação do Procon. Mas quando receber, terei que analisar e intimar as empresas para se manifestarem. Todas elas têm direito à resposta. Temos de ver se realmente se trata de formação de cartel ou se não é coincidência em razão de questões do próprio mercado, semelhante ao que acontece nos postos de combustíveis”, explica o procurador-geral do município, Sérgio Bernardo Júnior.
Pesquisa de preços
A reportagem pesquisou o valor do botijão de gás de 13 quilos em cinco distribuidoras de Brusque. Entre elas, três praticam o valor denunciado ao Procon (R$ 58). Das três, duas utilizam o mesmo valor tanto para retirada no estabelecimento quanto para a entrega.
Além das empresas de Brusque, a reportagem também entrou em contato com empresas de Itajaí, Gaspar e Blumenau. Entre os municípios, Itajaí registra o valor mais baixo (R$ 45) e Gaspar e Blumenau registram o valor mais alto (R$ 60). Confira no destaque a pesquisa completa.
Gerente da Aspenn Gás (antiga Alô Gás) – uma das distribuidoras de Brusque que pratica o valor de R$ 58 – Thuanni Santos afirma que o preço dos botijões é baseado em pesquisa em cidades vizinhas, como Nova Trento, São João Batista e Canelinha. Ainda segundo ela, a empresa não tem relação com as outras distribuidoras.
O proprietário da Schmitz Gás, que comercializa o botijão a R$ 54,90 no estabelecimento e a R$ 57,90 nas entregas, diz que não costuma pesquisar o preço na concorrência. Ele afirma ainda que as despesas com combustível também elevam o preço de entrega.