Prefeitura de Brusque gastou quase R$ 800 mil com teleférico desde 2012

Administração estuda formas de retirar o equipamento do parque Zoobotânico

Prefeitura de Brusque gastou quase R$ 800 mil com teleférico desde 2012

Administração estuda formas de retirar o equipamento do parque Zoobotânico

Por Marcelo Reis e Brenda Pereira

De acordo com dados do Portal da Transparência, a prefeitura de Brusque gastou R$ 799.343,49 com o teleférico do parque Zoobotânico de 2012 a 2016. Os gastos envolvem despesas com equipamento, vistoria e manutenção. Os anos de 2017 e 2018 não registraram gastos com a estrutura.

No fim de março deste ano, a prefeitura de Brusque manifestou interesse de desativar definitivamente e retirar o teleférico do Parque Zoobotânico, que está interditado desde 2016. O motivo da retirada é o prejuízo que o equipamento traz aos cofres públicos.

O vice-prefeito Ari Vequi informou que a administração está estudando as formas de retirada do equipamento. “O custo para a retirada também é alto”, disse.

Ainda não há uma previsão de quando o teleférico será retirado porque depende do orçamento e de uma empresa apta a realizar o serviço.

Se desmontado, o teleférico será leiloado. “Se tiver alguém interessado, podemos fazer um pregão. Não falamos sobre isso, mas pode acontecer de alguém pedir para colocar em outro lugar”, disse Vequi.

Prejuízo

Em 17 de agosto de 2017, O Município noticiou que a prefeitura apontou prejuízo de R$ 110 mil com o teleférico nos últimos meses de operação.

Entre janeiro de 2015 e março de 2016, o teleférico gerou despesas na ordem de R$ 174 mil. Em contrapartida, a arrecadação, em 15 meses de operação, foi de R$ 63,4 mil, o que resultou no prejuízo de R$ 110 mil.

No último período em que o teleférico esteve ativado, recebeu 4.394 visitantes, sendo 3.743 em 2015 e 651 de janeiro a março de 2016.

Gastos 

O gasto mais recente é de R$ 16.972,42, datado de 2016, ano em que quatro empresas foram contratadas para a manutenção e fornecimento de peças do equipamento, além da aquisição de itens de segurança, baterias, mão de obra elétrica e vistorias de segurança.

O engenheiro contratado fez, em 2016, oito vistorias no teleférico, tendo cobrado R$ 1.245 a cada uma delas.

Em 2015 foram gastos valores que totalizaram mais de R$ 150 mil em reforma do sistema elétrico da estrutura. No mesmo ano, foi adquirido um rádio transmissor para a comunicação do equipamento, por R$ 1.365.

O maior volume de gastos foi registrado em 2014, quando a prefeitura desembolsou mais de R$ 480 mil para colocar o teleférico em funcionamento.

Histórico

O teleférico foi desativado em 2008, para passar por manutenção. Em 2012, na então gestão de Paulo Eccel, o equipamento começa a ser reformado, com custo estimado em R$ 280 mil.

A obra era para ser concluída ainda em 2012, mas passou por sucessivos atrasos, que custaram o cargo do superintendente do Zoobotânico à época, Vilson Moresco.

Até que em dezembro de 2014 o teleférico finalmente voltou a funcionar. É o único registro de reativação encontrado desde a desativação em 2008.

Em 18 de dezembro de 2014, O Município noticiou a cerimônia de reinauguração do teleférico. A atração funcionou, oficialmente, entre janeiro de 2015 e março de 2016, quando foi novamente interditado por falta de segurança.

Em julho de 2018, o então nomeado diretor do parque, Pedro Souza Júnior, disse que tinha intenção de reativar o equipamento.

No entanto, a prefeitura não manifestou interesse em colocar o teleférico em funcionamento devido aos altos custos.

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