Presença de pedintes incomoda estabelecimentos comerciais
Segundo comerciantes, é comum moradores de rua entrarem nos restaurantes pedindo esmola aos clientes
Segundo comerciantes, é comum moradores de rua entrarem nos restaurantes pedindo esmola aos clientes
Frequentemente, clientes de restaurantes e lanchonetes da área central são abordados por moradores de rua ou até mesmo vendedores dentro dos estabelecimentos comerciais. Muitas vezes, essa situação acaba constrangendo as pessoas e os proprietários ficam sem saber como agir.
“Isso é muito frequente. Chega 14 horas e tenho fila de pessoas pedindo marmita aqui no restaurante. Eles chegam e vão sempre na direção do cliente, que ficam sem reação, constrangidos e não sabemos como agir. Muitas vezes eu até chamo a atenção, mas eles não respeitam”, diz a proprietária do restaurante Degustu’s, Luiza Woiciechoski.
Na Choperia Platz, a abordagem aos clientes também é frequente. “Acontece muito e é bem complicada essa situação. Nós temos que ficar pedindo para eles se retirarem, alguns nos enfrentam, aumentam o tom de voz. E tem muitos clientes que reclamam porque eles vão direto nas pessoas, pedem dinheiro, pedem cigarro”, relata o caixa do estabelecimento, Douglas Ricardo.
O responsável pela Secretaria de Assistência Social de Brusque, Aldrin Duarte, afirma que o trabalho com moradores de rua e pessoas em situação de vulnerabilidade é realizado pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas). “Realizamos o serviço de abordagem social e fazemos a identificação dessas pessoas”, diz.
Ele destaca que os moradores de rua também têm direito de entrar em estabelecimentos comerciais e fazer uso deles, no entanto, eles precisam observar algumas regras. “Não podemos impedir que eles fiquem na praça, por exemplo, e eles têm acesso a qualquer tipo de estabelecimento, podem entrar, mas não podem criar situações que constranjam os outros cidadãos que estão no local”.
Nesses casos, ele recomenda que o proprietário do estabelecimento utilize o diálogo para intervir na situação. “O diálogo sempre é o melhor caminho, mas se os proprietários não souberem como agir, podem buscar ajuda e orientação da assistência social de maneira legal, sem ultrapassar os direitos daquele morador ou moradora de rua”.
Duarte ressalta ainda que a assistência social tem conhecimento sobre a situação e procura auxiliar os moradores de rua, no entanto, nem todos aceitam o auxílio. “Nas abordagens questionamos se eles querem algum tipo de benefício, se precisam de algum serviço de saúde, ajudamos até a fazer um planejamento para sair da rua, mas é tudo uma situação muito complexa, alguns, estão nesta situação devido às circunstâncias, outros, estão por opção, e aí já fica mais difícil de ajudar. Eles precisam querer sair dessa situação”.
“Não dê esmola”
Duarte destaca a campanha iniciada pela pasta no fim do ano passado sobre a importância da população se conscientizar e não dar esmolas na rua. “Fizemos a primeira parte da campanha no ano passado e agora pretendemos voltar com orientação aos proprietários de estabelecimentos comerciais do Centro. É muito importante que a população se conscientize e colabore com a campanha”.¶
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