Previsto para abrir em março, novo hospital de Brusque descarta atendimento via SUS

Gestor da SOS Cárdio detalha os planos que o grupo têm para a reativação da estrutura

Previsto para abrir em março, novo hospital de Brusque descarta atendimento via SUS

Gestor da SOS Cárdio detalha os planos que o grupo têm para a reativação da estrutura

Luiz Gonzaga Coelho, gestor do grupo que vai administrar o antigo Hospital e Maternidade de Brusque, esteve no município na terça-feira, 13, para reuniões com os antigos profissionais da unidade hospitalar e visita ao prefeito de Brusque, Jonas Paegle.

Em entrevista a O Município, Gonzaga detalhou os planos que o grupo tem para reativar o hospital brusquense. A intenção é que a partir de março de 2018 o pronto-atendimento entre em funcionamento. Para abril, está previsto o início das atividades de cardiologia e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, em seguida, os demais serviços hospitalares, incluindo maternidade e a UTI neonatal.

À frente da administração do grupo SOS Cárdio, de Florianópolis, há 20 anos, Gonzaga afirma que o novo hospital não será filantrópico, ou seja, não atenderá pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Entretanto, o grupo está disposto a estabelecer parcerias naquilo que for de maior demanda por parte do poder público. “A intenção é parceria por mandato, que na minha percepção é a maneira mais inteligente, desde que eles sejam transparentes e respondam a todos os quesitos éticos”, diz.

Para ele, a saúde não pode ser dividida entre público e privado. O importante é torná-la mais acessível. “A questão que tem que ser pensada é a acessibilidade. Não existe uma nação que possa ser chamada de nação se os seus moradores morrem de fome ou na fila de hospitais. Essa é uma solução que a sociedade tem que trazer, pela responsabilidade individual”.

O gestor afirma ainda que a filantropia – em que instituições privadas são contratadas pelos gestores públicos para prestarem serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS) – não é o melhor modelo para ser aplicado na saúde hoje.

“Nós temos hoje no estado 270 filantropias falidas. A filantropia não funciona em um país que é pobre e não tem geração de riqueza, como é o nosso caso. A filantropia é um luxo, onde as pessoas que tem uma condição tributária, que permite a geração de riquezas, contribuem com os que não têm. No Brasil, nosso sistema tributário impede o desenvolvimento e diminui o potencial filantrópico”.

Nome do novo hospital
Gonzaga afirma que o nome do novo hospital ainda não foi definido pelos gestores. De acordo com ele, a ideia é que se pense em algo integrado com o município, valorizando a história.

“Eventualmente, se todos os sócios da SOS Cárdio aceitarem, poderíamos nomear SOS Cárdio Unidade Brusque, mas há um pensamento mais integrado com o município, com a história da cidade. Estamos olhando para o futuro e é preciso sempre um pouco de história para alicerçar esse futuro”.

Charme da cidade
O gestor afirma que o charme de Brusque foi um dos principais motivadores para o investimento, além da proposta de pessoas que tinham a preocupação em reativar o hospital.

“O convencimento de algumas pessoas que tinham essa preocupação e que foram lá, nos convenceram, nos buscaram. Claro que também vimos isso como um negócio. Acreditamos na saúde como um negócio e toda a legitimidade disso”.

Especialidades
Sobre as especialidades, Gonzaga diz que o novo hospital vai focar naquilo que a região tem como necessidade e com o passar do tempo, desenvolver áreas de excelência.

“Acreditamos que dada a nossa expertise, um centro de tratamento de infartados, com um plantão de dor torácica, seria muito bem visto porque não temos na região. Também acreditamos muito na neonatologia, que já era uma referência aqui, e podemos trazer outras disciplinas. Também acreditamos no potencial de uma maternidade. Mas tudo isso faz parte do afinamento do desenho que nós teremos”.

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