João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Primavera 2024: Ipês Floridos

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Primavera 2024: Ipês Floridos

João José Leal

O inverno deste ano foi tão irregular que os termômetros mais pareceram uma gangorra meteorológica oscilando para baixo, com dias de frio e para cima com dias até de calor. Assim, nem notamos a chegada da primavera que, na pena dos poetas românticos, tem sido chamada de estação das flores e do cantar dos pássaros. Trata-se de uma expressão do romantismo literário, que usa a beleza das palavras para plasmar em versos os sentimentos mais sublimes de emoção e de amor que ardem no coração dos apaixonados.

Quanto às flores, os milagres da moderna ciência botânica nos garantem canteiros e jardins floridos de todas as cores e matizes, durante o ano inteiro. Algumas espécies resistem ao calor extremo do verão, outras ao frio intenso das ocasionais massas polares vindas da Patagônia ou das alturas das montanhas andinas. Assim, não é só na primavera que temos flores, mas durante quase todo o ano. No entanto, parece que elas adoram mesmo é o clima primaveril, nem muito quente ou frio.

Nós, que vivemos em Brusque, somos privilegiados. Os fundadores desta cidade trouxeram na bagagem de imigrantes o bom costume germânico de cultivar flores nos jardins de suas casas, tradição que se mantém até hoje. E como as residências mudaram-se para as alturas dos edifícios, o poder público tem feito a sua parte e justiça aos nossos antepassados. Felizmente, vivemos numa cidade cheia de flores. Ao menos, nas praças e canteiros das ruas e avenidas centrais.

Não é só Brusque. Em toda a região do Vale dos rios Itajaí Grande e Pequeno não é diferente. Tenho ido a Blumenau com alguma frequência. Vou a Balneário Camboriú aos finais de semana e passo por Itajaí. Os canteiros das praças, jardins e avenidas dessas cidades também são maravilhosos tapetes de extasiar os olhos diante da beleza que a natureza nos oferece.

A nossa primavera não é feita só de flores nos jardins. Temos, também, as árvores que se cobrem com suas vestes florais de muitas cores. Neste momento, são os ipês espalhados pela cidade a nos brindar com suas belíssimas flores amarelas e a engalanar a paisagem durante poucos dias, não mais que uma semana. Parece que a beleza da flor, assim como a da mulher está destinada a durar pouco tempo.

Não somos a cidade dos ipês, como acontece com algumas cidades brasileiras. Chapecó, com seu traçado urbano moderno, com amplas avenidas e canteiros centrais, é uma maravilha de se ver nesses dias de efêmera floração. A cidade veste-se de amarelo e a paisagem torna-se deslumbrante.

O ipê amarelo, como todos sabem, é a flor-símbolo do Brasil. Mereceu até um decreto do presidente Jânio Quadros. E com razão, porque a exuberância de suas flores é de uma beleza que a todos encanta, além de prestar uma cívica e patriótica homenagem ao amarelo ouro da bandeira nacional.

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