Problemas da segurança em Brusque são discutidos em audiência pública

Falta de efetivo é a principal dificuldade elencada pelos profissionais da área

Problemas da segurança em Brusque são discutidos em audiência pública

Falta de efetivo é a principal dificuldade elencada pelos profissionais da área

A segurança em Brusque foi, mais uma vez, tema de audiência pública na Câmara de Vereadores. Na noite desta quinta-feira, 14, representantes dos órgãos de segurança da cidade, entidades e vereadores discutiram a situação no município que, nesta semana, foi marcada pelo assassinato a sangue frio do cabo da Polícia Militar de Brusque, Everaldo Soares de Campos, durante assalto em Guabiruba.

A discussão foi proposta pelo vereador Sebastião Isfer de Lima (PSDB), que têm levantado a bandeira da segurança pública frequentemente em suas manifestações na tribuna da Câmara. “Apesar dos esforços empreendidos, ainda se tem muito a melhorar nos investimentos, na quantidade de efetivos e nas ações dos órgãos públicos, a fim de que o Estado possa oferecer aos cidadãos um serviço público de excelência”.

Confira algumas explanações:

Tenente Coronel Moacir Gomes Ribeiro, comandante da Polícia Militar de Brusque

“Tivemos um aumento de efetivo graças a sociedade organizada. Hoje são 101 policiais, mas um terá de ser transferido para Gaspar, então ficaremos com 100 policiais. O mínimo seria 150 policiais para o atendimento básico. Muitas vezes, temos mais demanda do que guarnições e precisamos escolher as ocorrências para atender primeiro. Fazemos essa escolha pela periculosidade da ocorrência, mas nem sempre conseguimos acertar. Hoje, temos um PM para 1.239 habitantes, o ideal seria um PM para 500. Estamos muito longe de alcançar esta marca. Não temos como fazer a cobertura de tudo com o efetivo que temos”.

Gomes também fez um apelo aos presentes para o auxílio na aquisição de mais câmeras de videomonitoramento.


Ricardo Casarolli, delegado representando a Delegacia Regional de Polícia Civil

“Na última vez que estive aqui para falar sobre segurança pública, o tom era muito mais lamurioso. A DIC tinha apenas dois policiais e as visitas feitas em Florianópolis pelas entidades nos auxiliaram muito. Tivemos no ano passado um acréscimo de nove policiais, um número expressivo, mas precisamos de mais. A sociedade organizada é sempre muito importante e nos ajuda muito. Existe a Academia de Polícia Civil em Florianópolis, inclusive eu dou aula lá, e sempre falo bem de Brusque para que os policiais queiram vir para cá, mas de nada adianta essa vontade deles, se o governo não abrir vagas aqui”.


Hugo Manfrin Dalossi, comandante do Corpo de Bombeiros de Brusque

“Estamos com 32 bombeiros, nos últimos três anos não tivemos nenhuma inclusão. Muitos se aposentaram e hoje temos menos efetivo do que quando o quartel foi criado em 1982. Desses 32 bombeiros, 10 já estão com mais de 25 anos de serviço e no Corpo de Bombeiros, quando se completa 30 anos para os homens e 25 para as mulheres, eles vão para a reserva remunerada. Com mais de 30 anos de serviço já temos cinco bombeiros, ou seja, nos próximos cinco anos, poderemos perder 15 bombeiros e entrar em uma situação crítica”.

Ele ressaltou ainda a espera pela liberação da permuta do terreno que pertence ao Deinfra e onde deve ser construído o novo quartel dos bombeiros.


Alonso Moro Torres, Secretário Municipal de Trânsito

“Vendo as explanações anteriores, percebemos um alto grau de gestão, temos gestão nessas instituições, há uma estrutura considerável, física, de equipamentos, se não fosse assim, não daria os resultados que dá. O maior problema que se constata aqui é a falta de efetivo e fico feliz quando ouço que componentes desta casa, segmentos sociais importantes lutaram, se deslocaram para Florianópolis para que essas instituições pudessem ter melhorias.

Gostaria de vir aqui com uma explanação dessas, mostrando a estrutura da GTB, mas eu não consigo, se eu trouxesse aqui o que eu encontrei lá seria muito triste. As condições da guarda e a estrutura que se tem lá, seja física, de veículos, de trabalho, de equipamentos, é uma estrutura triste, independente dessa situação sucateada e precária, ela é necessária. Mesmo com a falta de condições, os nossos 19 agentes estão trabalhando, dando o seu melhor, muitas vezes sendo criticados. Precisamos de apoio político para melhorar esta situação”.


Álvaro Hammel, coordenador do IGP

“O IGP tem nove servidores para atender seis municípios e é dividido em três áreas de atuação: identificação civil, criminalística e medicina legal. Dividimos os nove servidores para essas três áreas. Enfrentamos problema, principalmente na medicina legal, porque temos somente um médico legista que é responsável por todos os exames cadavéricos e de corpo de delito dos seis municípios. Precisamos muito de um outro legista. O concurso já era pra ter saído, mas o governo vai deixando sempre para depois. Além da falta de efetivo, também sofremos com a falta de um fundo próprio, não temos dinheiro para fazer manutenções simples e necessárias. Por isso, faço um apelo para que nos auxiliem a melhorar as nossas condições de trabalho”.


Halisson Habitzreuter, presidente da Associação Empresarial de Brusque

“A segurança pública é uma bandeira permanente da Acibr.  Entendemos que segurança pública gera desenvolvimento e me comprometo a esse ano, juntamente com todas as entidades parceiras, irmos novamente pra Florianópolis para reiterar a reivindicação de mais policiais civis, militares, bombeiros e servidores pro IGP. Também precisamos mudar a legislação, vivemos esse prende e solta e essa é uma guerra que não vai ser vencida sem mudança. Como entidade, já estamos atuando em nível federal para que isso seja revertido, e uma vez com a legislação adequada, precisamos que o estado tenha estrutura para abrigar os elementos, ou seja, presídios, e cabe a você, políticos, nos ajudar. Somente assim vamos conseguir as mudanças que necessitamos”.

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