Processo disciplinar é aberto contra presidente da Câmara de Brusque
Corregedor acatou denúncia do procurador do município de que houve invasão da prefeitura por Roberto Prudêncio
Corregedor acatou denúncia do procurador do município de que houve invasão da prefeitura por Roberto Prudêncio
O corregedor da Câmara de Vereadores, Moacir Giraldi (DEM), deu parecer favorável à abertura de processo administrativo disciplinar contra o presidente da Casa, Roberto Prudêncio Neto (PSD).
Ele foi acusado, pela Procuradoria do município, de ter se autoproclamado prefeito e tomado posse de forma irregular, em 10 de junho deste ano, após obter liminar na Justiça.
O procurador-geral do município, Mário Mesquita, requereu à Câmara a abertura de processo disciplinar contra Roberto Prudêncio, sob a justificativa de que ele adentrou na sede da prefeitura fora do horário de expediente, e “se autoproclamou prefeito, colocando em risco o patrimônio público e afrontando as instituições democráticas”.
Giraldi, em seu relatório, opinou que a conduta praticada pelo presidente da Câmara, em tese, “configura grave ilícito, por afrontar condutas que merecem ser respeitadas pelo legislador”.
“O representado [Prudêncio] entrou no paço sob o argumento de tentar tomar posse, mas não deveria ter se proclamado prefeito sem a realização de posse solene, nem ter entrado no paço municipal”, afirmou Giraldi, na conclusão de seu parecer.
Conforme o corregedor, deveria ter havido uma cerimônia de posse, do mesmo jeito que ocorreu quando o presidente da Câmara assumiu interinamente, em março de 2015.
Giraldi considerou, ainda, que deveria ter havido, além da transmissão de cargo na prefeitura, também na Câmara, de Prudêncio ao vice-presidente, Jean Pirola (PP). Na visão do corregedor, o presidente da Câmara ocupou os dois cargos simultaneamente.
O caso será analisado por uma comissão formada por cinco vereadores: Guilherme Marchewsky (PMDB); Jean Pirola (PP), Claudemir Duarte, o Tuta (PT); Joaquim Costa, o Manico (PMDB); e André Rezini (PPS). A vereadora Marli Leandro (PT) será suplente na comissão.
Agora, os vereadores devem se reunir para eleger presidente e relator da comissão, e conduzir os trabalhos de tomada de depoimentos.
A comissão pode decidir por arquivar a denúncia ou para aplicar alguma sanção ao presidente, incluindo até a perda do mandato.
“Guerra desnecessária”
Para o vereador Dejair Machado, do PSD, está na hora da Câmara repensar a abertura deste tipo de investigação: já há três processos em andamento, que podem culminar em cassação de mandatos.
“Estamos aqui fazendo uma guerra desnecessária, denegrindo o parlamento, porque nós todos sabemos que não vai dar em nada, é simplesmente aquele auê, aquela vontade de atacar alguém”, afirmou Machado.
“Ainda mais quando o Ministério Público já se pronunciou pelo arquivamento, não sei o que vamos ganhar com isso”, concluiu Machado.