Procura pela vacina contra a febre amarela aumenta mais de 500% na região

Brusque, Guabiruba e Botuverá registram um crescimento expressivo pela imunização desde janeiro

Procura pela vacina contra a febre amarela aumenta mais de 500% na região

Brusque, Guabiruba e Botuverá registram um crescimento expressivo pela imunização desde janeiro

O crescimento no número de casos de febre amarela, principalmente em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, fez disparar a procura pela vacina contra a doença na região. Nos dois primeiros meses deste ano, Brusque, Guabiruba e Botuverá registraram um movimento acima da média nos postos de saúde que oferecem a vacina.

Em Brusque, de acordo com a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Natália Cabral Marchi, foram aplicadas 1.075 doses da vacina em janeiro. Em fevereiro, até o dia 16, já foram 525 doses. Natália destaca que o pedido mensal de doses era de 200 a 250 nos meses anteriores, mas somente em janeiro, o município recebeu 1.470 doses.

Em Guabiruba, também houve um aumento na procura pela vacina, principalmente após a confirmação da morte de uma moradora de Gaspar, que contraiu a doença durante viagem ao interior de São Paulo.

Segundo a secretária de Saúde do município, Patrícia Heiderscheidt, foram aplicadas 142 doses de vacina da febre amarela em janeiro, enquanto que em dezembro, foram apenas 24, o que representa um aumento de 491%. Patrícia destaca ainda que em fevereiro a vacina também está sendo bastante procurada e, por isso, deve ultrapassar o número de doses aplicadas em janeiro no município.

Em Botuverá a situação é semelhante. De acordo com Leila Catiani Pedrini Eyng, enfermeira da Vigilância Epidemiológica, o aumento foi de 560% no município. A média de vacinados contra a doença em 2017 era de 15 pacientes ao mês. Em 2018, entretanto, este número aumentou, sendo que do dia 18 de janeiro até 16 de fevereiro foram vacinados 85 pacientes na cidade.

“A grande procura pela vacina é de pessoas que irão viajar para áreas endêmicas (excursões, viajantes particulares, comerciantes) e por motoristas que transitam por essas áreas”, diz Leila.

Vacina restrita
Natália, da Vigilância Epidemiológica de Brusque, destaca que a maior procura pela vacina no município foi no período das reportagens a nível nacional sobre a doença. Ela lembra que as doses estão liberadas somente para viajantes entre nove meses e 59 anos e crianças nascidas em 2017 que completarem nove meses de idade.

Entretanto, a enfermeira observa que nem todos os pacientes que vão em busca da vacina cumprem este requisito. “Pelos números aplicados, infelizmente, fica evidenciado que muitas pessoas mentiram sobre viagem para receber a vacina, fazendo com que houvesse filas de espera para a aplicação e até desabastecimento por um ou dois dias”.

O grande número de doses aplicadas pelo município neste ano já foi questionado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), já que eles consideram o número de moradores e o percentual de crianças nascidas no ano de 2017 que completaram nove meses. O município ainda não está exigindo o comprovante de viagem para a vacinação.

Lista de espera em Botuverá
A enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Botuverá destaca que o município não está recebendo número suficiente de doses para aplicação. De acordo com ela, sempre é solicitada uma média de 80 doses, mas apenas 40 foram recebidas. Após insistência e envio de ofício à regional de saúde, o município conseguiu mais 30 doses, porém existe uma lista de espera de mais de 40 pessoas.

“Por este motivo, o agendamento é realizado por meio de lista de espera e pedimos comprovação aos viajantes para podermos aplicar a vacina aos que irão viajar em datas mais próximas a atual”.

De acordo com ela, o agendamento é feito porque depois de aberto o frasco, a vacina tem validade de apenas seis horas, por isso, o desperdício deve ser evitado.

Onde a vacina está disponível?
Em Brusque a vacina está disponível na Unidade Central, mais conhecida como Policlínica. De acordo com Natália, ela ficou centralizada neste local devido a uma orientação da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) e também porque a população já tinha esta referência. “Em um momento de grande procura não era estratégico alterar o ponto de vacinação”, diz.

Ela também destaca que o número de doses recebidas pelo município não foi suficiente para a distribuição em mais postos de vacinação. “A durabilidade da vacina após aberta e reconstituída é de apenas seis horas e quando ela está em mais pontos ocorre o desperdício das doses”. O horário para aplicação é das 8h às 12h e das 13h às 16h30.

Em Guabiruba, a vacina está disponível somente às quartas-feiras, na Policlínica, das 9h às 15h30.

Já em Botuverá, as doses estão disponíveis somente na Unidade de Saúde do Centro, que é a única com sala de vacina funcionando no município.

Natália afirma que não há motivo para pânico, já que a região não é uma área de recomendação de vacinas, por este motivo, somente as crianças nascidas em 2017 e viajantes de nove meses a 59 anos têm direito à vacina.

Ela também ressalta que não há macacos mortos por febre amarela e, por isso, não é necessária a aplicação da dose se a pessoa não vai viajar para áreas de risco ou com recomendação de vacina.

Solicitamos a comunidade que mantenha a calma e que procure a vacina neste momento se realmente for viajar. Sempre questionamos se realmente a viagem é necessária neste momento para a área de risco”.

 

 

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