Profissionalização do setor de confecção acaba com a terceirização “feita em casa”

Sindicatos apontam amadurecimento do mercado da região nos últimos anos

Profissionalização do setor de confecção acaba com a terceirização “feita em casa”

Sindicatos apontam amadurecimento do mercado da região nos últimos anos

A maturidade do mercado e o fortalecimento de empresas que valorizam o trabalho formal são os principais fatores para a crescente profissionalização do setor de confecção em Brusque nos últimos anos. Atualmente, trabalhos finais de colocação de tags e embalagem, que antes eram feitos por pessoas físicas, hoje são realizados por Microempreendedores Individuais (MEI) e também por empresas legalizadas.

O Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque, Botuverá, Guabiruba e Nova Trento (Sindivest) e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário, Bordados, Couro, Calçados e Similares de Brusque e Guabiruba ( Sintrivest) observam que houve uma evolução na questão trabalhista.

A presidente do Sindivest, Rita de Cássia Conti, diz que hoje as confecções optam em contratar empresas constituídas. Segundo ela, as instituições estão mais organizadas e valorizando os profissionais que buscam aprimoramento. “Diminuiu muito o trabalho feito em casa. Hoje se busca um trabalho formalizado, em que as pessoas trabalham de forma igualitária. Este é o resultado de um processo de maturidade do mercado”.

A presidente do Sintrivest, Marli Leandro, afirma que as pessoas que antes trabalhavam em suas residências abriram empresas, principalmente por meio do Microempreendedor Individual (MEI). “Ainda pode ter outras que continuem trabalhando em casa, mas a informalidade diminuiu”.

Ela aponta que muitas confecções de Brusque trabalham para grandes magazines, o que as obriga à formalização, já que há uma rigorosa fiscalização da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX). “A ABVTEX não aceita empresas que não tenham registro e como temos muitas indústrias no município que trabalham para magazines, automaticamente elas precisam ser legalizadas, o que é bom, pois ajuda a diminuir a informalidade”.

Profissionalização é necessidade

Rubiana Voss é um exemplo de profissional que antes trabalhava informalmente em casa e que optou em se profissionalizar para poder continuar atendendo magazines. Ela, o esposo, a sogra e a cunhada possuem uma empresa no bairro Guabiruba Sul, registrada com Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

Ela conta que foi uma necessidade e que se não tivesse a empresa legalizada não conseguiria tirar nota fiscal, por exemplo. Primeiramente, eles aderiram ao MEI e depois acabaram abrindo a empresa e registrando o CNPJ. Oficialmente já está há três anos no mercado.

Eles recebem as peças e colocam tags de preço. Algumas são embaladas individualmente e outras são encabidadas. Em média são finalizadas cinco mil peças por dia.

A empresa realiza o serviço para a Middya Confecções Eireli, do Guarani, que trabalha com magazines do país todo e também para a Tigs, do Nova Brasília, que tem uma marca própria. “Para que nós pudéssemos trabalhar com essas empresas precisamos nos formalizar, para ter o selo da ABVTEX é preciso ter um espaço físico e registro. Com certeza a profissionalização nos dá a garantia de poder trabalhar com grandes empresas do setor. É um diferencial”, afirma Rubiana.

Formalização é tendência

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Brusque, Luiz Carlos Rosin, diz que são vários os fatores que contribuem para a formalização do trabalho do setor em Brusque. Ele aponta os critérios da ABVTEX – que para trabalhar com magazines é imprescindível a formalização; e que o trabalhador quer ter suas garantias trabalhistas, como a carteira assinada e o direito ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“É uma tendência essa formalização das empresas. A cidade que não tem essa profissionalização se torna muito pobre. Graças a Deus Brusque tem características de formalidade, que também é responsável por gerar impostos, o que é importante para o município. Além disso, se a empresa é regularizada, o profissional dorme tranquilo, sem medo da fiscalização”, afirma Rosin.

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