Projeto da Abel Vôlei chega a mil crianças em Brusque

Iniciativa tem levado a prática da modalidade às escolas públicas da cidade

Projeto da Abel Vôlei chega a mil crianças em Brusque

Iniciativa tem levado a prática da modalidade às escolas públicas da cidade

O vôlei feminino pode voltar a fazer parte da rotina dos brusquenses nos próximos três anos. Essa é a expectativa do coordenador da Associação Brusquense de Esporte e Lazer (Abel), Luiz Antônio Moretto. Ele acredita que a partir de 2016 a cidade terá condições de ter uma equipe, ao menos, na Superliga B. 

O otimismo de Moretto é em razão do crescimento do projeto voltado ao trabalho na base que vem sendo feito há cerca de três anos no município por meio da Abel Vôlei. A iniciativa vem se fortalecendo ano a ano, mas teve um ‘boom’ mais precisamente em 2014, quando o número de atletas triplicou e novos profissionais foram contratados em parceria com o Ministério do Esporte para atendar a demanda. 

Se em 2013 o número de inscritos era de 300 crianças entre 8 a 14 anos, este número em 2014 já é de cerca de 1 mil atletas. “A expectativa é chegar em 3 mil nos próximos dois anos”, confia Moretto. A ideia ainda é trazer mais dois profissionais para auxiliar no projeto em 2015 e outros dois em 2016. Atualmente, além de Moretto, responsável pela coordenação, outros três professores ensinam a prática diariamente às crianças.¶
Referência
O crescimento significativo serve como modelo para o engajamento de novos atletas e pode ser usado como referência também para o fortalecimento de outras modalidades em Brusque. Desde o início do ano a Abel oferece a prática de vôlei em todas as escolas brusquenses de ensino público que tenham quadras cobertas.

“É um projeto incentivado com a captação de recursos da Havan. Estamos levando o voleibol para todas as escolas públicas. Antes, trazíamos as crianças para a Arena, mas existia as dificuldades dos pais em virtude das condições financeiras e de tempo. Agora, temos profissionais que vão até esses locais”, explica Moretto.

A professora Karina Patrícia de Souza é uma das instrutoras dos alunos ao lado dos auxiliares Éverton Nascimento e Natalya Oliveira. Karina já trabalhou com revelação de atletas em Florianópolis, Joaçaba e Nova Trento e é vista como uma espécie de ‘olheira’ da seleção brasileira das categorias mirim e infantil. Ela veio a cidade com os demais profissionais a convite do técnico da seleção brasileira juvenil, Maurício Thomas.

“A Karina é técnica de referência nacional da Confederação Brasileira. O Maurício Thomas, além de técnico da seleção nacional, dirige a  equipe do Barueri na Superliga. É casado em Brusque, mora em Brusque e tem comércio na cidade. E ele e quer uma equipe em Brusque. Então, nós temos tudo”, diz Moretto.

Segundo Karina, a ideia é iniciar um trabalho com as categorias mirim e infantil e ampliar nos próximos anos para a categoria infanto para que os atletas possam chegar numa equipe adulta. “Estamos lutando para que, daqui a dois anos, a gente tenha um representante na Superliga, e nossa intenção é de que seja um time praticamente formado com meninas de Brusque”, comenta.
Projeto já colhe frutos
O bom desempenho do projeto da Abel já vem trazendo frutos com a convocação de duas atletas para realizarem testes com a seleção Brasileira de Voleibol. Caroline Moreira de Souza, 13 anos, e Kimberlie Laís Apolinário Corrêa, 14, não são brusquenses, mas foi por meio da Abel que tiveram as portas abertas para tentar uma oportunidade na seleção nacional. “Elas não são nascidas aqui, mas na verdade foram fundadas e trabalhadas aqui. Então, a gente já considera que são de Brusque”, comenta Karina.

Caroline é natural de Paranacity, cidade localizada no noroeste paranaense, a cerca de 500 quilômetros da capital, Curitiba . Kimberlie nasceu em Tatuí, cidade paulista localiza a 130 quilômetros de São Paulo. Em comum, ambas tem na família referências para seguir dentro das quadras. Caroline é irmã de Carla Moreira, oposto do Barueri. Kimberlie se inspira em Marjorie, Stephanie e Dafne Corrêa, atletas do Molico/Osasco, Sesi e São José dos Campos, respectivamente. Foram elas que serviram de referência para ambas iniciarem no esporte.

“Minhas irmã sempre jogou vôlei desde pequena. E ela começou a me treinar também em casa. Hoje, respiro voleibol e não me vejo fazendo outra coisa”, comenta Caroline. Kimberlie começou de forma semelhante. “”Quando uma das minha irmãs foi jogar em outra cidade, minha mãe acabou indo junto. Foi ai que comecei a me interessar também e a treinar”, conta. 

Caroline treina com a Abel Vôlei há cerca de 2 anos, enquanto Kimberlie chegou no início de 2014, trazida pelo técnico Éverton Nascimento quando  este passou a desenvolver o trabalho em Brusque. “Ambas são atletas com potencial. A Carol, ponteira, por ser forte e habilidosa. A Kimberlie ainda esta definindo a sua função, mas tem uma característica muito grande de central, justamente a posição que joga as suas três irmãs”, destaca Karina.

A avaliação
As atletas da Abel Vôlei iniciaram nesta terça-feira (22) os treinamentos em Saquarema, Rio de Janeiro, onde fica o Centro de Treinamentos da Confederação Brasileira de Voleibol. Segundo Karina, as atletas serão observadas até domingo (27). Além da estatura e a questão técnica, o lado psicológico também é avaliado.

 “A partir disso existe uma troca de relatórios sob a performance da atleta o que ela precisa melhorar. Na metade do ano deve ter mais uma avaliação. Eles podem chamar novas atletas ou repetirem as que eles têm dúvida ou interesse”, explica a treinadora.

 Essa é a primeira de uma série de etapas para avaliar o desempenho das jogadoras. Caso elas mantenham uma performance positiva podem ser chamadas para representar o Brasil no Sul-americano Sub-15 da categoria, que será disputado no fim do ano ainda em data e local a serem definidos.
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