Projeto de lei muda nome de bairro para preservar a história dos imigrantes, em São João Batista
Há mais de 181 anos, quando os imigrantes italianos chegaram no município deram o nome do bairro de Colônia Nova Itália
Há mais de 181 anos, quando os imigrantes italianos chegaram no município deram o nome do bairro de Colônia Nova Itália
A comunidade do bairro Colônia, em São João Batista, deu mais um passo importante em direção à conquista do resgate e preservação da história dos imigrantes italianos. Na próxima semana, o prefeito Daniel Netto Cândido, em um ato oficial na presença do Cônsul da Itália, deve sancionar o projeto de lei que modifica o nome do bairro para Colônia Nova Itália, como foi denominada na sua fundação, há mais de 181 anos.
O projeto de lei de autoria dos vereadores Leôncio Paulo Cypriani e Almir Peixer foi apresentado na Câmara, onde foi decidido realizar uma audiência pública com os moradores do bairro. Na segunda-feira, 6, as lideranças políticas se reuniram com a população, no salão de festas da capela São José e após vários questionamentos, a comunidade autorizou a mudança por unanimidade.
Na quinta-feira, 9, em uma sessão ordinária na sede da Câmara, os vereadores fizeram a primeira votação do PL, sendo que um vereador se absteve e outro foi contrário. Mas na segunda-feira, 13, durante a sessão semanal do parlamento, todos os vereadores foram favoráveis à mudança do nome.
O historiador Paulo Vendelino Kons acompanhou todos os processos e foi um semeador do projeto.
Há um ano, junto ao príncipe imperial Dom Bertrand de Orleans e Bragança, esteve no município e iniciou também as tratativas para a fundação da Associação dos Descendentes e Amigos do Núcleo Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil (Adanpib). “Estou muito feliz e emocionado porque tudo que traçamos de objetivos estão caminhando corretamente”, afirma.
Festejos da associação
Em 11 de março deste ano fundou-se a Adanpib, no bairro Colônia, com objetivo de resgatar e preservar a memória por meio da difusão da epopeia que envolve os 132 imigrantes católicos originários do Reino da Sardenha.
Desde a fundação, o historiador Kons revela que se iniciaram as aulas da língua italiana, ministrada pelo professor Juliano Mazzola. Até o momento, 12 alunos estão matriculados. A intenção é de num futuro haver intercâmbios com a Itália.
No domingo, 12, a associação realizou um dia festivo com intenção de arrecadar recursos para a entidade. Os festejos iniciaram com a celebração de missa, presidida pelo padre Mário Peixe, um dos descendentes dos pioneiros chegados em 1832. “Ao fim da celebração foi prestado uma homenagem a Bernardina Angeli Fagundes, filha de imigrantes italianos, que aos 104 anos ainda busca emprego”, conta o historiador.
Um almoço foi servido aos presentes e durante a tarde ocorreram apresentações culturais, com a participação do cantor de música italiana Valmir Bertotti.
A intenção da associação é construir um Centro de Memória, com a implantação de um museu e arquivo histórico. Em seu regulamento, a entidade traça como objetivos o planejamento, execução e promoção de cânticos, danças tradicionais e aulas de italiano, bem como confraternizações e semanas culturais. Além disso, visa estudar e pesquisar a genealogia, acervo de imagens e documentos dos descendentes de imigrantes.
É de interesse da associação também estabelecer parcerias para a promoção e fomento do intercâmbio cultural, religioso, econômico e educacional entre São João Batista e a terra natal dos imigrantes.