Protesto pede reforma de escola em Guabiruba

Alunos organizaram manifestação pedindo solução para a falta de estrutura do educandário

Protesto pede reforma de escola em Guabiruba

Alunos organizaram manifestação pedindo solução para a falta de estrutura do educandário

Estudantes e professores protestaram pela reforma da Escola de Educação Básica João Boos, em Guabiruba, na manhã desta segunda-feira, 9. Eles pediam que o estado tome medidas emergenciais para melhorar a infraestrutura do educandário. O governo, por sua vez, questiona as razões dos manifestantes e diz que em 15 dias dará um prazo para a revitalização, que afirma estar garantida.

Alunos dos três anos do Ensino Médio concentraram-se em frente à escola ontem com apitos e cartazes para apelar à gerência de Educação da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Brusque que tome providências. Na última quinta-feira, 5, choveu e entrou água nas salas, conta o professor de biologia, Lindomar de Melo. “Choveu tanto que os alunos tiveram de sair da sala de aula. A quadra tem vazamentos, tem três ‘cachoeiras’ dentro da quadra. Para sair daqui, os alunos tiveram que sair com água pela canela porque o esgoto não funciona”, afirma.

O professor de língua portuguesa André de Melo também participou da manifestação. “Não percebemos seriedade do governo para atender a nossa reivindicação”, diz. Ele afirma que o vazamento em cima dos forros das salas coloca todos em perigo, pois a qualquer momento a estrutura pode ceder e cair. “A nossa escola também não tem alvará de funcionamento do Corpo de Bombeiros”. O professor de filosofia, Valdir Gonçalves, também protestou e reclamou da demora da reforma.

A presidente do grêmio estudantil, Gabriele dos Santos, do 3º ano, começou a estudar na João Boos em 2013. “Quando cheguei, já estava ruim. A fiação não suporta o ar-condicionado e mesmo assim instalaram”, reclama. Os aparelhos não estão funcionando, segundo professores e estudantes. Jayne Batista, também do terceirão, destaca o problema com ventilação nas salas de aula. Diz ela que isto incomoda os alunos, devido ao calor, e prejudica a atenção. “É um absurdo acabar a aula mais cedo, ter que ir embora antes do previsto, porque entrou água na sala de aula”, protesta a jovem sobre os vazamentos.

Dalvan Cavichioli, do 2º ano, ressalta que os estudantes não se reuniram ontem para faltar à aula, mas por uma causa que consideram justa. “Estamos aqui para reclamar das condições em sala de aula, que são desumanas”, diz. Além da comunidade educacional guabirubense, o vereador Waldemiro Dalbosco esteve no protesto. “É muito importante que eles [estudantes] se manifestem, é assim que o governo vai acordar”, diz.

Sem motivos

O secretário Jones Bosio diz que respeita a manifestação dos alunos, porém diminui a proporção do movimento. “Meia dúzia de professores, com alunos, estão querendo fazer “auê” para denegrir a imagem do Raimundo Colombo [governador] e do governo do estado”, diz.

Apesar das queixas dos estudantes, Bosio diz que a escola encontra-se em condições de ter aulas e que as atividades não serão paralisadas. Ele afirma que escola João Boos será contemplada com recurso do Pacto pela Educação. O prazo para que uma escola nova esteja em funcionamento deverá ser divulgado dentro de 15 dias. “Peço paciência dos alunos e professores. Eu também estou incomodado com esta situação”.

Segundo o secretário, os bebedouros foram trocados e outras pequenas reformas poderão ser executadas, no entanto não serão grandes porque a reforma e ampliação vai implodir parte da escola. Gastar muito em paliativos, para Bosio, seria jogar dinheiro fora. “Vamos parar de demagogia. Nós vamos fazer a reforma conforme podemos”, diz.

Rigor

A postura do governo estadual quanto ao protesto de alunos e alguns professores é enérgica. “Respeito, eles têm direito, mas não estava em sala de aula é falta. Vai ser reprovado por falta”, afirma o secretário. Ele também coloca na conta de parte dos alunos os problemas enfrentados na escola. “Os problemas que estão lá foram os próprios alunos que causaram”, diz.

Indefinição gerou atraso

Bosio diz que o atraso na reforma da escola – que se arrasta há mais de dois anos – foi causado por um grupo de pais e professores que quiseram substituir o projeto de reforma por outro de uma unidade nova. Já com o planejamento em mãos, tudo teve de ser refeito. Então, chegou-se à conclusão de que a ampliação e revitalização seria a melhor saída, e tudo voltou à estaca zero.

A previsão, informada pelo secretário em fevereiro ao MDD, é que o edital para a licitação saia ainda este mês. Segundo ele, a escola será a segunda a receber dinheiro do Pacto pela Educação. Ontem, Bosio foi à Florianópolis para tratar também sobre este assunto. “Eu tenho autonomia para, se isso não for resolvido pela Educação, ir ao governador Raimundo Colombo para cobrar esta reforma”.

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